Num longo discurso quando recebeu os relatórios da equipe de transição, o presidente diplomado negou a privatização
Por Genésio Júnior – DF
O presidente diplomado, Lula da Silva (PT), ao lado do vice-presidente eleito e diplomando Geraldo Alckmin (PSB), ao participar da solenidade de entrega dos relatórios dos Grupos de Trabalho (GTs) da Transição fez diversas declarações importantes.
Ele disse que o ex-senador Aloízio Mercadante será presidente do BNDES e com isso será necessário mudar a Lei das Estatais, que não vai ter mais privatizações, que dará prioridade ao ensino básico e citou diretamente a senadora Simone Tebet (MDB-MS) e que se tem que ser grato.
“O companheiro Aloizio Mercadante será presidente do BNDES. Precisamos de alguém que pense em desenvolvimento, inovação tecnológica, para que esse país volte a gerar empregos. E para dizer ao mundo inteiro que quiser vir para cá, que venha. Nosso país voltará a ser respeitado”, disse.
Ele confirmou que vai viajar pelo “mundo” e que se vai ganhar dinheiro com o Brasil.
“Vou viajar pelo mundo para que o Brasil recupere seu prestígio nos Estados Unidos, China, Europa, Japão. E quem quiser investir no Brasil, investir em projetos produtivos para ganhar dinheiro, irá ganhar dinheiro. E o país voltará a ser respeitado e ter soberania”, disse
Ele foi bastante crítico ao mercado e prometeu a volta do crescimento com igualdade econômica, Lula defendeu uma economia com mais participação do Estado:
“Vai acabar as privatizações nesse pais e vamos poder provar que empresas publicas podem mostrar sua rentabilidade”.
Para presidente diplomado é hora de voltar a decência
“Estamos aqui para que a gente recupere a decência do povo, a qualidade do ensino, saúde, o direito ao trabalho. Eu tenho 4 anos para trabalhar e me dedicar. Não haverá chuva ou sol que me proíba fazer o povo voltar a sorrir”.
“Nunca aceite pagar o preço de um crime que você não cometeu. A mentira que contaram contra mim foi transformada em verdade sem que houvesse uma única cobrança. Foram 5 anos, não foram cinco dias. Foram vidas destruídas. E nós estamos aqui de cabeça erguida. Os que me condenaram, não”, disse.
Lula voltou a dizer que não pode ter ressentimento.
“Depois do presente que o povo brasileiro me deu nas urnas, eu não tenho direito de sentar na cadeira com ressentimento. Isso não estará na minha governança. Mas não me peçam para eu esquecer”.
“Não tem nenhum país com mais de 100 milhões de habitantes que tenha um sistema de saúde como nós temos. E nós temos que agradecer a cada enfermeira, médico, trabalhador da limpeza, que deu a vida para combater uma pandemia que o atual presidente não combateu.”, disse.
Lula gosta de dizer que foi o presidente que fez mais universidades no Brasil, mas hoje ele fez compromisso com o ensino básico.
“Quero estabelecer um compromisso com a educação básica no Brasil. Não é possível que a gente não reconheça a importância das nossas crianças terem escolas em tempo integral. Vamos ter como resultado uma melhor educação e menos violência, porque nossas crianças estarão protegidas”, disse.
Ele falou sobre vitórias e derrotas eleitorais e criticou o fato de Bolsonaro não ter reconhecido a derrota.
“Perdi 3 eleições. Na terceira eu voltei para casa, chorei e me preparei para ganhar a próxima. Um dia eu ganhei. Todas as vezes que eu perdi, eu respeitei quem ganhou. E telefonei para o vitorioso para cumprimentar a vitória. Até hoje o presidente sainte não reconheceu a derrota.
Eles fazem parte de uma organização de extrema-direita que não existe só no Brasil. Nos EUA é comandada pelo Trump. Esse grupo veio para negar a verdade. Dizem defender costumes e a família, mas o que eles mais fazem é negar a defesa das famílias”.
Gratidão expressada para Simone Tebet
Lula fez questão de citar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) que não participou da sua diplomação no TSE o que gerou especulações de que a relação dos dois não estivesse boa.
“Agradeço e a outros que estiveram ao nosso lado na campanha. A palavra gratidão tem que ter um peso especial na nossa vida. É importante aprender a ser grato a aquelas pessoas que, mesmo discordando, escolhem estar ao nosso lado para vencer um inimigo irracional”.
“O dia de hoje é de agradecimento para quem fez o melhor para examinar o estado atual do nosso país. Acho que teremos uma radiografia perfeita do estrago que foi feito no Brasil. A gente fala do Zé Gotinha para lembrar o povo brasileiro que tomar vacina não é luxo, é obrigação.”, afirmou.