Moscou reconheceu ataque mais letal no domingo com a morte de 89 soldados russos na cidade de Makiivka
Autoridades militares russas estão sendo confrontadas com críticas e insatisfação popular crescente depois do ataque ucraniano que, no domingo passado (01), matou ao menos 89 soldados russos na cidade de Makiivka.
Este é o maior número de mortos num único ataque reconhecido por Moscou desde que a ofensiva começou, em fevereiro de 2022. O ataque ocorreu um minuto após o início do Ano Novo, segundo as autoridades russas.
Os militares disseram que a utilização não autorizada de telefones celulares pelos soldados russos permitiu às forças de Kiev determinar as coordenadas de localização e lançar o ataque com seis mísseis, dos quais quatro atingiram o alvo, publicou a DW.
As críticas dentro da Rússia já haviam sido feitas mesmo antes das explicações oficiais dadas pelos militares, nesta quarta-feira. Elas vieram sobretudo dos chamados blogueiros militares e também de jornalistas.
O conhecido repórter de guerra Semyon Pegov, que no fim de 2022 recebeu uma medalha por bravura do presidente Vladimir Putin, questionou as explicações oficiais. “Essa história dos celulares não é muito convincente. Não costumo dizer isso, mas neste caso provavelmente teria sido melhor ficar calado, ao menos até o fim da investigação. Assim fica parecendo uma tentativa descarada de afastar a culpa“, escreveu no Telegram.
Ele também afirmou que o número de mortos deve ser muito maior. As Forças Armadas ucranianas divulgaram que ao menos 400 soldados russos morreram no ataque. Blogueiros militares nacionalistas russos afirmaram que há centenas de mortos.