Interventor diz que existia planos contra a democracia

Sandro Avelar e Ricardo Cappelli DF Misto Brasília
Sandro Avelar e Ricardo Cappelli na apresentação do relatório da intervenção/oel Rodrigues/Agência Brasília
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Relatório que foi adiada a apresentação foi fechado hoje e será entregue no Supremo Tribunal Federal

O interventor Ricardo Cappelli divulgou o relatório sobre os atos antidemocráticos na Esplanada dos Ministérios durante coletiva de imprensa, nesta sexta-feira (27).

“Nós iniciamos o processo de transição. As nossas principais missões eram restabelecer a linha de comando e estabilizar a segurança pública no Distrito Federal. Conseguimos consolidar a linha de comando com apoio de uma equipe valorosa”, afirma o interventor federal, Ricardo Cappelli, registrou a Agência Brasília.



“Quero fazer um registro que, ao longo desse processo de intervenção, nós contamos com apoio e colaboração integral da governadora em exercício Celina Leão. A governadora corretamente decidiu antecipar o anúncio do secretário de Segurança Pública para que a gente possa fazer o fim da intervenção e o início dos trabalhos do secretário Sandro Avelar na mais absoluta harmonia e estabilidade”.

O futuro secretário de Segurança Pública, delegado Sandro Avelar, comentou que “as investigações seguirão seu curso. Quero reforçar que é uma atividade prioritária para que possamos esclarecer esse fato. Aproveito para reforçar minha confiança nas instituições, as polícias Civil e, especialmente, Militar”, revela.

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Os pontos do relatório do interventor

Ricardo Cappelli elencou alguns pontos do relatório. O primeiro deles foi a confirmação da centralidade dos acampamentos no QG, no Setor Militar Urbano (SMU), como “centro de construção de planos contra a democracia”. De acordo com o interventor, as polícias Civil e Militar tentaram fazer incursões no local com operações que foram registradas e canceladas a pedido do Exército.

“Logo após a posse, há uma redução do acampamento. As investigações vão dizer se foi uma tática. No dia seguinte à posse, há um processo de desmobilização, mas nos dias 6 e 7, ele explode novamente. Em todos esses eventos, esses elementos saíam do acampamento, praticavam atos e depois regressavam para dentro do Setor Militar Urbano”, conta Cappelli.



Segundo o interventor, um relatório foi feito pela inteligência da SSP-DF e entregue ao gabinete do então secretário Anderson Torres, no dia 6. Nele, haveria a informação do perigo de invasão de prédios públicos durante os atos.

De acordo com Cappelli, o relatório não gerou um plano operacional e nem ordens de serviço, procedimentos comuns em eventos desta magnitude. O interventor também destacou a ausência de comando e o número insuficiente de homens das forças.

Além disso, a investigação da intervenção aponta uma ação organizada dos manifestantes antidemocráticos. “Uma ação organizada e profissional, com pessoas com radiocomunicadores. Todos se levantam ao mesmo tempo. Há um movimento coordenado”, diz.

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Manifestantes invadem Congresso, STF e Palácio do Planalto/Agência Brasil



Ricardo Cappelli também lembrou que toda a equipe nomeada por Anderson Torres foi exonerada. Segundo ele, retornaram aos cargos os profissionais que estavam anteriormente na pasta e que participaram do plano de segurança da posse presidencial em 1º de janeiro de 2023, sob comando do então secretário Júlio Danilo.

No período de intervenção, seis coronéis que estavam em posições de comando também foram exonerados, assim como seis processos administrativos foram abertos pela Corregedoria da Polícia Militar para apurar responsabilidades.


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