Os membros da comissão esperam o depoimento do ex-ministro para esclarecer uma série de dúvidas
Por Misto Brasília – DF
Aumenta a suspeita dos membros da CPI dos Atos Antidemocráticos sobre o general da reserva do Exército Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Hoje pela manhã, membros da CPI estiveram com o ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. Assista logo abaixo um vídeo com o deputado Chico Vigilante (PT).
Augusto Heleno era o chefe do GSI durante a crise do acampamento golpista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército em Brasília e foi convocado pela CPI para explicar sua atuação. O depoimento de Heleno ainda não tem data para ocorrer.
A suspeita dos deputados consultados pela reportagem da Agência Pública é que o GSI tenha dado apoio aos golpistas que invadiram os prédios públicos, de acordo com reportagem da Agência Pública.
“Pelo que nós apuramos até agora, tem a participação direta do GSI [no 8 de janeiro] por omissão, mas também integrantes deles participando daqueles atos”, disse o presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante.
“[Havia] pessoas deles [GSI] dentro do acampamento, ‘dando força’, e depois [participaram] no processo de depredação que aconteceu”.
A reportagem indica que a desconfiança dos integrantes da CPI se fortalece com a revelação do grupo de pessoas que estiveram no órgão entre a derrota de Bolsonaro e o fim de seu governo, entre novembro e dezembro passados, cujos registros oficiais de entrada no Palácio do Planalto foram obtidos em primeira mão pela Lei de Acesso à Informação.
A lista revela visitas de um dos golpistas presos em flagrante após a invasão às sedes dos Três Poderes e de agitadores do acampamento golpista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército; de disseminadores de fake news, militares que desacreditaram o sistema eleitoral, congressistas de direita, entre outros.
“Pediremos a lista completa de visitantes e dos servidores do GSI, para identificarmos se há, entre os investigados pelo STF, funcionários ou ex-funcionários do órgão envolvidos”, disse à Pública o deputado Fábio Félix (PSol), membro titular da CPI.
Ele também afirmou que há suspeitas de “infiltração de servidores do GSI no acampamento”, com possíveis hostilidades contra policiais federais que vigiavam as atividades no local.
A Agência Pública revelou que a Polícia Federal teve problemas no monitoramento em frente ao QG do Exército, em especial após a invasão à sede da PF em Brasília — em 12 de dezembro passado, após a prisão do pastor indígena Serere Xavante.