Augusto Heleno deveria ir à audiência nesta quarta-feira, mas avisou hoje que declinou do convite
O general da reserva Augusto Heleno, que chefiou o Gabinete de Segurança Institucional (GSI), avisou hoje (18) pela manhã que não vai depor nesta quarta-feira (19) na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa.
A comunicação por telefone foi feita pelo próprio ex-ministro ao presidente da CPI, deputado distrital Chico Vivilante (PT). O parlamentar explicou há pouco à reportagem do Misto Brasília, que Augusto Heleno disse que foi orientado por advogados a não comparecer.
“Como não existe mais a obrigação coercitiva, pouco podemos fazer“, lamentou Chico Vigilante. O general da reserva também não deu esperança de comparecer em outra data, mesmo após o parlamentar explicar que a comissão vai funcionar por 180 dias.
“No momento não posso ir”, resumiu o ex-ministro. A ideia dos membros da CPI seria confrontar dados da manifestação violenta do dia 8 de janeiro com o funcionamento do acampamento na frente do quartel general.
É desse local que teriam sido orquestradas invasões nas sedes dos três Poderes e também teria sido planejado o ataque frustrado a bomba em dezembro passado nas proximidades do Aeroporto de Brasília.
Augusto Heleno é da linha dura do ex-presidente Jair Bolsonaro e talvez um dos maiores incentivadores dos acampamentos que aconteceram nas proximidades de várias unidades do Exército.
O general, quando capitão, foi ajudante de ordens do falecido general Sílvio Frota, que foi demitido do comando do Exército pelo então presidente Ernesto Geisel. Frota se insubordinou contra o presidente, quando aconteceu um grave rompimento do Regimento Disciplinar do Exército (RDE).