O cantor foi contemporâneo de Chico Buarque, sendo autor da antológica música A Banda. Hoje vive recluso em São Paulo
Por Misto Brasília – DF
O filme sobre a vida e obra do cantor e compositor Geraldo Vandré foi lançado nesta quinta-feira (25). A proposta do trabalho dirigido pelo artista multimídia Fred Le Blue, foi criar um quadro geral dos conflitos ideológicos entre a esquerda e o militarismo no Brasil.
A produção não deixa de ser um tributo em torno da lendária figura da música brasileira. O lançamento foi feito pelo YouTube.
O compositor paraibano é contemporâneo do Chico Buarque. O cantor de 88 anos se afastou da vida pública após voltar do exílio nos anos 70, e hoje vive recluso num apartamento no centro de São Paulo com a aposentadoria de quando trabalhou na Superintendência Nacional do Abastecimento (Sunab), dizem amigos.
Vandré ganhou o Festival da Canção de 1966, com “Disparada” junto com “A Banda” (em parceria com Sivuca). Apesar de ter perdido para o mesmo Chico (dessa vez com Tom) no Festival de 68, “Caminhando” foi eleita pelo público como a melhor canção do ano.
“Caminhando” e a obra de Vandré sempre tiveram maior periculosidade política do que a canção popular, poeticamente codificada, de Chico (e seus “hermetismos pascoais”).
Segundo o diretor do filme, o corte abrupto da carreira de Geraldo Vandré, resultante de um quase eterno exílio psicológico após um isolamento deprimente em diversos países, é igual ao da democracia no Brasil.
“O conjunto da obra do seu silêncio, tão relevante quanto seus 5 discos, é fundante da fala e significante enquanto linguagem, pois que revela com maternidade histórica e linguística, os excessos de uma gritaria de surdos, embaçados em uma política de censura política ideológica seja por causa do aparelho militar ou da cultura de massa”.