Na cúpula da América do Sul, Lacalle Pau critica Lula da Silva

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Presidentes de países da América do Sul em Brasília/Divulgação/PR
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O presidente do Uruguai chamou a atenção por declarações de Lula a favor de Maduro e que vão contra a realidade

O presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, criticou nesta terça-feira (30) a fala do presidente Lula da Silva (PT) sobre a Venezuela durante a cúpula dos presidentes da América do Sul, em Brasília.

A declaração do presidente uruguaio foi feita na mesa de reunião com Lula e o próprio presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, registrou o Diário do Poder. A  observação foi feira durante a cúpula de países da América do Sul convocada pelo Brasil com a presença de 11 chefes de Estado.



O uruguaio expressou surpresa com essa afirmação e disse que o pior que se pode fazer é ignorar a situação. Ele também mencionou que o Uruguai voltou a ter um embaixador em Caracas e que tem o direito de opinar sobre a situação na Venezuela.

Fiquei surpreendido quando se falou que o que aconteceu na Venezuela é uma narrativa. Todos já sabem o que nós pensamos com respeito a Venezuela e sobre o governo da Venezuela. Se há tantos grupos no mundo que estão tratando de mediar para que a democracia seja plena na Venezuela, que se respeito os direitos humanos, que não haja presos políticos, o pior que podemos fazer é tapar o sol com o dedo. Damos o nome que tem e ajudamos”.



O Lula da Silva defendeu o aprofundamento da integração regional, inclusive com a criação de uma moeda comum.

A proposta não significa a adoção de uma moeda corrente comum entre todos os países sul-americanos, como é hoje o euro na maioria dos países da União Europeia (UE), mas uma unidade monetária para pagamento de importações e exportações, que permitiria que os países concluíssem essas transações sem recorrer ao dólar.

Lula disse que os interesses dos países presentes no encontro estão acima de “divergências ideológicas” e propôs a criação de um grupo formado por representantes dos 11 governos que prepararia dentro de 120 dias um plano de políticas públicas para aproximar as relações e as trocas econômicas entre os países.



“Permitir que as divergências se imponham teria um custo elevado, além de desperdiçar o muito que já construímos conjuntamente”, afirmou. O brasileiro disse que a região teria os meios necessários para superar os abismos sociais que persistem desde a época colonial.

Entre as propostas também está a criação de um “mercado energético sul-americano que assegure o abastecimento, o uso eficiente dos recursos, a estabilidade jurídica, os preços justos e a sustentabilidade social e ambiental”.

O petista sugeriu ainda criar um programa de mobilidade regional para estudantes, pesquisadores e professores no ensino superior e a retomada da cooperação na área de defesa, aumentando a capacidade de formação e treinamento, intercâmbio de experiências e conhecimentos em matéria de indústria militar, de doutrina e políticas de defesa.

A cúpula contou com a presença dos presidentes da Argentina, Alberto Fernández; Bolívia, Luis Arce; Chile, Gabriel Boric; Colômbia, Gustavo Petro; Equador, Guillermo Lasso; Guiana, Irfaan Ali; Paraguai, Mario Abdo Benítez; Suriname, Chan Santokhi; Uruguai, Luis Lacalle Pou, e Venezuela, Nicolás Maduro. O Peru estava representado pelo presidente de seu Conselho de Ministros, Alberto Otárola.


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