Devemos nos compreender enquanto uma só Terra, um só Planeta que abrange uma vastidão de seres vivos
Por Vitória Colvara – MA
Há pouco mais de uma semana, um incêndio de enormes proporções e diferentes focos, tomou conta do Canadá. Com a devida licença poética, nesse caso o fogo não arde sem se ver.
Milhares de pessoas estão sendo obrigadas a deixar suas casas, especialmente em Québec, local mais afetado pelos incêndios até o momento.
A ferida dói e se sente, e a cada dia aumenta seu nível de abrangência, demonstrando o que os ambientalistas estão cansados de falar: não, não estou me referindo ao aquecimento global embora tenha pertinência, o que quero dizer é: os danos e impactos ambientais são transfronteiriços, não obedecem aos limites geográficos que ao longo de mais de dois milhões de anos traçamos no nosso planeta.
A fumaça segue o seu próprio curso, levada pelas corrente de ventos do forte e intenso verão que alcança, nos próximos meses, o hemisfério norte do globo.
Há que se considerar que o mês de junho é apenas o start da temporada de queimadas no Canadá que se intensifica, geralmente, nos meses de julho e agosto, de modo que, a tendência, pelo menos por enquanto, é que a chama aumente e que o fogo se alastre, apesar do Plano de Contingência anunciado pelo primeiro-ministro Canadense, Justin Trudeau.
Ainda, de acordo com dados do Ministério de Recursos Naturais canadense, a quantidade de hectares queimados no ano de 2023 já supera em 14 vezes a média dos últimos 10 anos.
Se lá em cima o clima está cada vez mais quente, uma parte da ajuda para combater o fogo chegou, nessa semana (09/06/2023), importada diretamente daqui debaixo, da África do Sul, em missão internacional.
O grupo é formado por mais de 200 bombeiros com o objetivo de amenizar os danos do fogo e evitar que seus impactos cheguem às regiões mais longínquas como é o caso da Europa que adota, desde já, medidas para lidar com a chegada da fumaça.
Fato é que devemos nos compreender enquanto uma só Terra, um só Planeta que abrange uma vastidão de seres vivos.
Sobretudo, que é casa comum da nossa espécie humana, necessitamos cuidar da nossa casa, claro, mas também precisamos desenvolver soluções globais, principalmente para aqueles tipos de fenômenos que já estamos, de certa forma, habituados a presenciar. Como já diria Ulrich Beck, o segredo é pensar globalmente e agir localmente.