A sinalização da queda dos juros e a inflação em desaceleração não provocaram efeitos no mercado financeiro até este momento
Por Misto Brasília – DF
Após abrir em alta, com investidores de olho na ata do Comitê de Política Monetária (Copom) e na publicação do IPCA-15, o Ibovespa operava em forte queda de 1,30% às 13h (horário de Brasília) desta terça-feira (27), aos 116.707 pontos.
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Além da queda do Ibovespa, o dólar comercial está em alta 0,81% frente ao real, a R$ 4,805 na compra e a R$ 4,806 na venda, após chegar a R$ 4,752 na mínima do dia, de acordo com o Infomoney.
A sinalização de uma possível queda dos juros pelos diretores do Banco Central e uma inflação em desaceleração não foram suficientes para manter o principal índice da Bolsa brasileira no terreno positivo na sessão.
“Em um primeiro momento a leitura de ambos foi favorável. O IPCA-15 continua mostrando desinflação, o que permitiria o início do corte de juro pelo BC, em teoria.
A própria ata apontou a possibilidade de iniciarem os cortes com cautela na próxima reunião [de agosto]. Isso trouxe fluxo comprador para cíclicos domésticos e empresas alavancadas na abertura”, explica Matheus Sanches, sócio e analista da Ticker Research.
O IPCA-15 de junho trouxe uma alta de 0,04%, pouco mais do que o consenso de avanço de 0,01%. Já na ata, a opinião predominante foi que já haveria confiança suficiente, a partir dos últimos dados, para um sinal de “um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”. Na máxima do dia, o Ibovespa chegou a 119.211 pontos, ou avanço de 0,82%.
“O problema é que ainda há uma desencoragem relevante da inflação implícita [diferença entre a taxa dos títulos prefixados e dos títulos indexados a inflação] no Tesouro Direto. Logo, outros investidores que discordam da tese de que é possível baixar o juro em breve provavelmente aproveitaram a euforia da abertura para aumentarem suas posições”, comentou Sanches ao Infomoney