Alan Diego dos Santos depôs nesta quinta-feira aos deputados distritais na CPI dos Atos Antidemocráticos da Câmara Legislativa
Por Misto Brasília – DF
A Câmara Legislativa do DF ouviu nesta quinta-feira (29) Alan Diego dos Santos, condenado à pena de mais de cinco anos de prisão por colocar uma bomba em um caminhão-tanque de combustível nos arredores do aeroporto de Brasília em dezembro de 2022.
O Misto Brasília transmitiu ao vivo o depoimento
Apesar de alegar que uma das pautas dos grupos de radicais bolsonaristas era o não reconhecimento do resultado das eleições, sob alegação de que o código-fonte das urnas eletrônicas poderia ser violado, o depoente afirmou desconhecer, de fato, o que significa o termo código-fonte.
Alan afirmou que se arrepende de ter participado dos movimentos radicais e que hoje não acredita mais que há indícios de que houve algum tipo de fraude nas eleições.
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“Se fosse para ter roubo nas eleições, o Haddad já teria ganhado nas ouras eleições [2018]. Hoje eu penso diferente. Na época [dos atentados], eu ouvia muitas pessoas, várias reportagens, vários podcasts dizendo que havia uma fraude. Nós achávamos que o STF não deveria ter medo de revelar se houve ou não [fraude nas urnas]”, respondeu Alan ao ser questionado pelo deputado Fábio Félix (PSOL).
Durante o depoimento, Alan negou ser o autor do plano e alegou, por diversas vezes, que sua participação no ato terrorista foi exclusivamente transportar o artefato. Ele afirmou que recebeu a bomba de George Washington de Oliveira, que também foi preso e condenado a nove anos e quatro meses de prisão por ter sido quem planejou o ataque. Alan informou à CPI que conheceu Washington no período que ambos participavam do acampamento de bolsonaristas em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília.
O presidente da CPI, deputado distrital Chico Vigilante (PT), questionou o depoente sobre quem financiava os acampamentos, os ataques à sede da Policia Federal no dia 12 de dezembro, a tentativa de ataque a bomba no dia 24 e os ataques às sedes dos três poderes em 08 de janeiro, mas Alan não soube informar.
Em resposta a Chico Vigilante, Alan afirmou ainda que teria plantado a bomba no caminhão porque teria sido “ameaçado por elementos da extrema direita”. Em outro ponto do depoimento, ele declarou que logo após ter implantado o artefato, já comunicou a polícia para que evitasse a explosão. “Hoje eu estou pagando o preço por tentar ajudar vocês”, alegou.
Durante a sessão, Alan apresentou versões controversas sobre o motivo de sua vinda do Mato Grosso para Brasília, no dia 12 de novembro de 2022. Ao deputado Hermeto, ele disse que teria vindo de carona num ônibus para passear. “Eu vim mais para passear. Meu sonho era conhecer Brasília então eu aproveitei a caravana […] eu vim mais pelo turismo”, declarou. As informações são da Agência CLDF.