Quebra de sigilo fiscal e bancário de Michelle Bolsonaro

Michelle Bolsonaro primeira-dama
Michelle Bolsonaro poderá se candidatar à Câmara dos Deputados em 2022/Arquivo/Divulgação
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O pedido foi feito pela Polícia Federal por conta de supostos desvios de presentes de luxo dados ao governo

Por Misto Brasília – DF

A Polícia Federal (PF) pediu a quebra dos sigilos fiscal e bancário da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro no inquérito que apura supostos desvios de presentes de luxo entregues por autoridades estrangeiras a Jair Bolsonaro (PL), quando ele era presidente da República.

O ex-mandatário também foi alvo do pedido. Os pedidos foram enviados ao relator do caso no  Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Alexandre de Moraes, a quem cabe autorizar a implementação da medida.

Uma operação da PF realizada nesta sexta-feira (11) cumpriu mandados de busca e apreensão contra pessoas do entorno do ex-presidente, mas ele e Michelle não foram alvos da ação.

A PF afirma haver uma organização criminosa que atua no entorno de Bolsonaro. Para o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que autorizou a operação da PF, há indícios de que o plano ocorreu por “determinação” do ex-ocupante do Palácio do Planalto.

Na madrugada deste sábado (12), a ex-primeira-dama publicou em suas redes sociais um versículo bíblico: “Há uma promessa linda na Bíblia que diz: Quando for a hora certa, Eu, o Senhor, farei acontecer”.

Um dia antes, o blog da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, divulgou video onde Michelle é vista reagindo a mulheres que a questionavam sobre o paradeiro das joias.

O documento do STF que autoriza a Operação Lucas 12:2 cita especificamente o caso das joias sauditas que chegaram ao Brasil em outubro de 2021 e que teriam sido incorporadas ilegalmente ao patrimônio do ex-presidente, em um caso que veio a público em março deste ano.

Entre as provas obtidas na investigação está um áudio que revela uma conversa de Mauro Cid, na qual ele cita 25 mil dólares “possivelmente pertencentes” ao ex-presidente.

Outro indício é uma foto em que aparece o rosto de Mauro Lourena Cid. Ao fotografar uma caixa com itens para que fossem avaliados, o militar acabou deixando seu rosto aparecer no reflexo do objeto.

Segundo as investigações, os desvios começaram em meados de 2022 e terminaram no início deste ano, mas os itens negociados foram recebidos em viagens desde 2019.

A PF também informou que, quando o caso das joias sauditas veio a público, em março de 2023, e foi determinado que os itens deveriam ser devolvidos ao TCU, os aliados de Bolsonaro realizaram uma espécie de “operação de resgate”.

Conforme inquérito, a recuperação dos itens foi feita em duas etapas. De acordo com a PF, Frederick Wassef recuperou um dos relógios Rolex, que havia sido vendido, e o trouxe ao Brasil após viagem aos Estados Unidos. Em seguida, o relógio foi entregue à Caixa Econômica Federal.

Em outro voo, Mauro Cid saiu de Miami para Brasília e entregou o restante das joias do kit para Osmar Crivelatti, outro ajudante de ordens de Bolsonaro.

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