Foram desmatados 107 mil hectares do bioma, segundo dados detectados e confirmados pelo SAD Cerrado
Por Misto Brasília – DF
O desmatamento no Cerrado registrou uma redução de 15% em julho se comparado contra o mesmo mês do ano passado. Mesmo com essa queda, o desmatamento no bioma atingiu 91 mil hectares de vegetação.
Foram desmatados 107 mil hectares do bioma, segundo dados detectados e confirmados pelo SAD Cerrado (Sistema de Alerta de Desmatamento do Cerrado) divulgados nesta quinta-feira.
Com os dados de julho, o acumulado de 2023 chega a 582 mil hectares, área semelhante à do Distrito Federal. O valor representa um aumento de 20% em relação a 2022, quando foram registrados cerca de 486 mil hectares desmatados no mesmo período. Maranhão, com 148 mil hectares desmatados, Tocantins, com 137 mil hectares, e Bahia, com 95 mil hectares, lideram a lista de maiores desmatadores nos primeiros sete meses do ano.
O município de Rio Sono, no nordeste tocantinense, foi o maior desmatador no mês de julho, com 3,4 mil hectares desmatados, área 3 vezes maior do que o registrado em julho de 2022. Desde janeiro, o município desmatou cerca de 11,9 mil hectares, ocupando a quarta posição na lista de maiores desmatadores de 2023.
O município está localizado próximos a diversas áreas protegidas, como as Terras Indígenas Xerente, Funil e Kraolândia, o Território Quilombola Barra da Aroeira, as Estações Ecológicas Serra Geral do Tocantins e Uruçuí-Una, o Parque Nacional das Nascentes do Rio Parnaíba e a Área de Proteção Ambiental Serra da Tabatinga.
Nos primeiros sete meses de 2023, foram desmatados 495 mil hectares de Cerrado no Matopiba – fronteira agrícola que engloba partes do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, cerca de 85% do desmatamento do bioma. Além disso, cerca de 87% desse desmatamento se concentrou em áreas privadas, cerca de 506 mil hectares. Na Bahia, 96% do desmatamento registrado ocorreu dentro de terras com Cadastro Ambiental Rural privado.