Os militares do Gabão tentam transmitir a ideia de que agiram diante de uma vitória eleitoral altamente questionável
Por Misto Brasília – DF
Na sequência do golpe de Estado no Gabão levado a cabo em 30 de agosto, militares líderes do movimento anunciaram nesta quinta-feira (07) a nomeação de Raymond Ndong Sima, para o cargo interino de primeiro-ministro.
Mais proeminente opositor do presidente deposto Ali Bongo Ondimba, Sima deteve o mesmo cargo entre os anos de 2012 e 2014, durante o governo de Bongo, de quem se tornaria adversário ferrenho mais tarde.
Sima disputou as eleições contra Bongo em 2016 e 2023, mas foi mal votado na última delas. A vitória de Bongo foi questionada, ensejando o golpe militar, segundo a Agência DW.
Os militares do Gabão tentam transmitir a ideia de que agiram diante de uma vitória eleitoral altamente questionável de uma família que governou o país por décadas e que já havia se tornado alvo de protestos públicos.
Bongo comandava o país desde 2009 e, antes dele, por 42 anos essa função coube ao pai dele, Omar Bongo.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Central (ECCAS), que suspendeu o Gabão no início desta semana devido ao golpe, enviou o presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera, a Libreville para conversar com o líder do golpistas, o general Brice Oligui Nguema.
Segundo uma fonte do bloco ouvida pela agência de notícias AFP, Touadera e Nguema concordaram em traçar um “roteiro” para o retorno a um governo diplomático.