Os dois países argumentaram que a barragem, construída desde 2011, ameaça cortar seu abastecimento de água na região
Por Misto Brasília – DF
A Etiópia informou neste domingo (09) ter concluído a quarta e última fase de enchimento de um reservatório para sua usina hidrelétrica no rio Nilo Azul. O comunicado provocou novos protestos no Egito, que há anos é contra o megaprojeto.
A Represa do Renascimento Etíope (GERD, na sigla em inglês), está em construção desde 2011, tendo custado 4 bilhões de dólares (R$ 20 bilhões). Essa será uma grande barreira para a África quando for concluída e deverá produzir 6 mil megawatts de eletricidade, dobrando a atual capacidade energética da Etiópia.
O país, onde metade dos 120 milhões de cidadãos vivem sem energia, vê a representação como um benefício para o seu desenvolvimento econômico.
“Parabéns a todos pelo quarto enchendo da Represa do Renascimento Etíope”, escreveu o gabinete do primeiro-ministro Abiy Ahmed nas mídias sociais. “Nossa perseverança nacional, apesar de todos os obstáculos, deu resultado.”
Para a Etiópia, a Represa do Renascimento não reduzirá o volume de água que flui rio abaixo. Por sua vez, o Egito e o Sudão argumentaram que a barragem ameaça cortar seu abastecimento de água.
O Egito, que sofre graves escassez de água e depende do Nilo para 97% do seu abastecimento, vê a DRGE como uma ameaça existencial. Seu Ministério das Relações Exteriores classificou o anúncio de Adis Abeba como uma medida “ilegal” e “unilateral”, de acordo com a DW.