Apesar da queda da taxa Selic determina ontem à tarde pelo Copom, não foi suficiente para uma reação positiva no mercado financeiro
Por Misto Brasília – DF
A Bolsa de Valores registra uma queda de mais de dois mil pontos no início da tarde desta quinta-feira. A reação negativa acontece um dia após o Comitê de Política Monetária (Copom) cortar a taxa Selic em 50 pontos-base para 12,75%.
Normalmente o corte significaria uma alta no Ibovespa, mas isso não ocorre. De acordo com o Infomoney, há fluxo de saída da renda fixa, que passa a pagar menos, para ativos de risco.
As empresas veem seus faturamentos e financiamentos aumentarem, já que o crédito está mais barato. E companhias gastam menos com suas dívidas. Para os especialistas, o que acontece é que outra autoridade monetária “acabou com a festa”.
O Federal Reserve, dos Estados Unidos, que manteve a fed funds no intervalo entre 5,25% e 5,50% na última reunião da véspera, trouxe um tom duro no seu comunicado – sinalizando que vê a taxa avançando de novo nesse ano, com outra alta de 25 pontos-base, e que não a vê caindo durante 2024.
“A gente tem que lembrar que tivemos uma decisão de uma manutenção de taxa de juros, mas com tom hawkish [duro], como a gente diz no jargão de mercado, por parte do banco central americano. Isso, obviamente, contamina os ativos brasileiros de alguma forma”, fala Luis Garcia, CIO da SulAmerica Investimentos.
No Brasil, a curva de juros acompanha a americana, apesar da queda da Selic. Os DIs para 2024 até caem um ponto-base, a 12,25%, mas os para 2025 e 2027 sobem, respectivamente, 2,5 e 4,5 pontos, a 10,55% e10,52%. As taxas dos contratos para 2029 e as dos para 2031 ganham, ambas, sete pontos, a 11,06% e 11,36%, respectivamente.