Quem é Javier Millei, o presidente eleito da Argentina

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Javier Milei foi eleito presidente da Argentina/Arquivo/Divulgação
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É um economista com pouca experiência política, que faz uso de um discurso antissistema e é adepto de teorias conspiratórias

Por misto Brasil – DF

O pré-candidato mais votado nas primárias e agora eleito presidente da Argentina no segundo turno, Javier Milei, do partido personalista A Liberdade Avança, fundado por ele mesmo. Atualizado às 22h01

É um economista com pouca experiência política, que faz uso de um discurso antissistema e é adepto de teorias conspiratórias. Quem é Milei, sabia um pouco mais sobre esse desconhecido novo político hermano.

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Com 52 anos, ele foi regularmente comparado durante a campanha a Donald Trump e Jair Bolsonaro, políticos de ultradireita que viraram o mundo político do avesso em seus países.

Milei de fato tem pontos em comum com Trump e Bolsonaro. Desde que despontou no cenário político, ele se destacou pelo uso de uma retórica agressiva e provocativa contra a classe política e especialmente a esquerda, tentando se apresentar como outsider.

Sua ascensão nas pesquisas causou preocupação em países vizinhos, como o Brasil, e se deve em parte ao eleitorado mais jovem da Argentina, que se sentiu atraído por sua agenda antissistema e que se sente farto de décadas de má administração.

Suas aparições de campanha foram marcadas por gestos teatrais, como empunhar uma motosserra e puxar coros de xingamentos contra adversários. Nas primárias de agosto, ele foi o candidato mais votado.

Milei defende o porte de armas de fogo, é contra o aborto e a educação sexual nas escolas e considera as mudanças climáticas “uma farsa”. Ele também se associou com apologistas da última ditadura do país.

A candidata à vice dele é a Victoria Villarruel, que tem histórico de questionar os sangrentos crimes cometidos pelos militares. Mais recentemente, tal como Trump e Bolsonaro, ele também passou a denunciar sem provas que o pleito corre o risco de ser “fraudado”.

Mas o Milei é exótico até para padrões da ultradireita mundial. Um biógrafo apontou que Milei se “aconselha” politicamente com espírito de um de seus cachorros falecidos, com intermédio de uma médium.

Ele também já defendeu que os argentinos deveriam ter permissão para vender seus órgãos e quer a extinção do Banco Central da Argentina e diversos ministérios. Após as primárias, ele classificou a ideia de “Justiça Social” como uma “aberração”.

A principal proposta dele é adotar um regime de dolarização agressivo, efetivamente extinguindo o peso argentino e adotando a moeda americana no país. E deixando o Estado minúsculo. Pessoalmente, ele se define como “libertário” e “anarcocapitalista”.

Mas o autoproclamado libertarianismo de Milei é apontado por críticos como uma mera roupagem para esconder uma natureza de extrema direita.

Ainda assim, durante a campanha, Milei tomou o lugar de principal recipiente dos votos de protesto ou oposição contra o atual governo. Boa parte do debate político na Argentina também foi pautado nos últimos meses pelas ideias radicais de Milei, sobrando pouco espaço para propostas de outros candidatos, revelou a Agência DW.

 

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