A tradicional virada na Prainha também conta com diversas atrações culturais, a exemplo de rodas de samba e bloco afro
Por Luciano Nascimento – DF
O toque dos atabaques às margens do Lago Paranoá marca as comemorações da virada do ano para os adeptos de religiões de matriz africana no Distrito Federal.
A tradicional festa, realizada na Praça dos Orixás, ponto de referência do povo dessas religiões e da população de Brasília, reúne centenas de pessoas e é um momento de celebração às divindades, com pedidos aos orixás, em especial Iemanjá, oferta de passes, rodas de celebração e muitas oferendas.
A tradicional virada também conta com diversas atrações culturais, a exemplo de rodas de samba e bloco afro.
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Este ano, a programação da virada tem início às 18 horas com o Aruc Samba Show, Samba e Magia, Bom Partido e Carol Nogueira, Asé Dudu e o grupo Obará.
No sábado (30), a Prainha, como é conhecida a praça, recebeu os devotos para a amarração dos ojás, o turbante usado nas cabeças, um xirè com canto para as yabás (orixás femininos) e um plantio de baobá para demarcar o solo sagrado.
“Estamos aqui, justamente, dizendo para o ano, a gente está agradecendo a ele pelas coisas boas, pelas coisas ruins, mas a gente também vai receber o ano vindouro”, disse àAgência Brasil Adna Santos, mais conhecida como a Yalorixá do Ilê Axé Oyá Bagan mãe Baiana de Oyá, uma das organizadoras da festa.
Para Mãe Baiana, que mora no Distrito Federal desde a década de 1980, o próximo ano vai ser de riqueza e prosperidade, devido a Obará.
Ela observa também que será um período de muitos desafios, como a preservação do meio ambiente e o combate à fome.
A yalorixá enfatiza ainda que a festa é para todas as pessoas, independentemente do credo, e que a Prainha é um ótimo local para acompanhar a queima de fogos de artifícios silenciosos no Distrito Federal que vai durar cerca de 21 minutos de fogos. Tudo com muito axé!