O itinerário inclui quatro cidades e encontros com autoridades, políticos e empresários. Os dois países fizeram uma parceria em 2006
Por Misto Brasil – DF
O presidente da França, Emmanuel Macron, chega ao Brasil nesta terça-feira (26) para uma agenda oficial de três dias e marcando a primeira visita de um chefe do Executivo francês ao país em mais de dez anos.
A última visita de um líder francês ao Brasil foi em 2013, com o socialista François Hollande.
O itinerário inclui quatro cidades e encontros com autoridades, políticos e empresários. Temas como sustentabilidade, segurança e economia devem dominar a pauta das reuniões.
Além disso, a visita do mandatário francês é uma chance de reaproximar os dois países, após um período de distanciamento depois da turbulência registrada no Brasil a partir de 2016 e a animosidade aberta do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro entre 2019 e 2022.
A previsão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil é de que, ao longo das conversas entre Macron e o presidente Lula da Silva, mais de 10 acordos de cooperação bilateral sejam assinados.
Entre eles está um protocolo de intenções de investimento de R$ 100 milhões entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), além da criação de uma sede para o Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica.
Ambos os países lançaram uma parceria estratégica em 2006, quando o francês Jacques Chirac e Lula estavam no poder. Mas a relação arrefeceu a partir de 2016 sob as presidências de Michel Temer e, especialmente, de Jair Bolsonaro.
Macron desembarca em Belém nesta terça-feira depois de passar pela Guiana Francesa. O país vizinho faz fronteira com o Amapá pela floresta amazônica, ao longo de 700 km — é o único país europeu ao lado do Brasil.
Segundo a embaixadora Maria Luisa Escorel, os dois países vão discutir ações para preservação ambiental na região, desenvolvimento econômico de comunidades locais e promoção do comércio.
Riscos de imigração clandestina, garimpo e pesca ilegal, assim como questões sanitárias na região são preocupações de Macron quanto à política doméstica. Por isso, em 2023, o presidente declarou que a França era candidata ao ingresso na Organização do Tratado de Cooperação Amazônica.
O bloco de oito países (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equadror, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela), porém, não recebe novas adesões.