Rússia e China se aproximam e Ocidente analisa o conflito na Ucrânia

Vladimir Putin e Xi Xinping Misto Brasil
Vladimir Putin e Xi Xinping se encontraram na China/Xinhua

A situação pode mudar com as eleições para o Parlamento Europeu e para presidência nos Estados Unidos

Por Misto Brasil – DF

A visita do presidente russo Vladimir Putin à China pode forçar o Ocidente a iniciar negociações sobre a solução do conflito na Ucrânia, argumenta o académico. Putin se encontrou com o presidente da China, Xi Jinping.

Humberto Morales, diretor do Centro de Estudos Econômicos e Históricos da Universidade Autônoma de Puebla (BUAP, na sigla em espanhol), México, disse à Sputnik que a visita “foi uma espécie de chamada para a OTAN e os EUA”, tendo em conta os contínuos avanços da Rússia na Ucrânia.

“Washington e Bruxelas terão que tomar essa decisão porque precisam agir em muitas frentes: o problema israelense não foi resolvido, as guerras comerciais só aumentam e a pressão chinesa sobre os mercados mundiais é muito forte”, sublinhou Morales.

Para o especialista, a situação no Ocidente pode se agravar porque o ciclo eleitoral está começando, tanto na Europa, onde serão em breve realizadas as eleições para o Parlamento Europeu, quanto nos Estados Unidos, onde Joe Biden e Donald Trump lutarão pela presidência.

“A Europa está ameaçada por uma divisão interna muito forte. Por outro lado, os custos econômicos e energéticos para a Alemanha e a França têm sido muito severos, e não estou muito confiante de que essas perdas econômicas possam ser sustentadas por muito tempo”, afirma.

Amelda Ibáñez Guzman, pesquisadora do Centro de Relações Internacionais da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), acredita que a visita de Putin à China foi uma confirmação de que a ordem mundial está mudando a favor da multipolaridade, da policentralidade, rumo ao equilíbrio de interesses na política internacional, sem espaço para a hegemonia.

“Estamos falando de dois importantes atores da política internacional que querem mudar a ordem internacional, expandindo o espaço para uma maior cooperação […] e também pretendem garantir que a hegemonia ocidental, principalmente a anglo-saxônica, não demonstre força em várias questões da agenda política global”, acredita a também funcionária do Eurasian Studies Group.

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