China e Estados Unidos, as maiores economias do mundo

Antony Blinken e Xi Jinping EUA e China Misto Brasília
Antony Blinken e Xi Jinping em encontro realizado em Pequim/Arquivo/XinhuaNews
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As previsões de quando exatamente a China roubaria a coroa dos EUA têm sido frequentes desde a crise financeira de 2008/9

Por Misto Brasil – DF

A perspectiva de a China superar os Estados Unidos e se tornar a maior economia do mundo tem sido há décadas tematizada por formuladores de políticas e economistas.

O que acontecerá, se questionam, quando os EUA – uma das economias mais dinâmicas e produtivas – forem usurpados por um regime autoritário com uma força de trabalho de três quartos de um bilhão de pessoas?

As previsões de quando exatamente a China roubaria a coroa dos EUA têm sido frequentes desde a crise financeira de 2008/9, que por muitos anos prejudicou o crescimento nos EUA e na Europa.

Antes do que ficou conhecido como a Grande Recessão, a China registrou por pelo menos cinco anos um crescimento anual de dois dígitos do produto interno bruto (PIB). Na década seguinte à crise, a economia chinesa ainda se expandiu entre 6% e 9% ao ano. Isto é, até a chegada da Covid-19.

Como se já não bastasse a pandemia, que levou a medidas rígidas de confinamento que afetaram a economia, a potência asiática também mergulhou em um colapso imobiliário.

Em seu auge, o mercado imobiliário foi responsável por um terço da economia da China. No entanto, as regras introduzidas por Pequim em 2020 impuseram limites ao volume de dívidas que as incorporadoras imobiliárias poderiam assumir.

Muitas empresas faliram, deixando um número estimado de cerca de 20 milhões de casas inacabadas ou atrasadas, que não foram vendidas.

Na mesma época, o declínio das relações comerciais com o Ocidente também enfraqueceu o crescimento da segunda maior economia do mundo.

Depois de incentivar a ascensão da China por décadas, no final da década de 2010, os EUA passaram a conter as ambições econômicas e militares de Pequim, mesmo que apenas para atrasar o avanço inevitável.

A aparente mudança de sorte da economia chinesa foi tão acentuada que um novo termo surgiu há cerca de um ano: “pico da China”.

A teoria é de que a economia chinesa estava agora sobrecarregada por muitos problemas estruturais, como uma dívida pesada, a desaceleração da produtividade, o baixo consumo e o envelhecimento da população.

Essas fraquezas, juntamente com as tensões geopolíticas sobre Taiwan e a dissociação do comércio pelo Ocidente, provocaram especulações de que a iminente supremacia econômica da China poderia ser adiada ou nunca acontecer.

Outros economistas, no entanto, acreditam que os problemas que desencadearam a narrativa do “pico da China” provavelmente estavam sendo construídos há vários anos.

“A economia chinesa cresceu tão rapidamente no início dos anos 2000 por causa da alta produtividade“, disse Loren Brandt, professor de economia da Universidade de Toronto, acrescentando que a produtividade foi responsável por cerca de 70% do crescimento do PIB durante as três primeiras décadas de reforma na China, iniciadas em 1978.

“Após a crise financeira, o crescimento da produtividade simplesmente desapareceu. Agora, talvez seja um quarto do que era antes de 2008”, acrescentou o especialista em economia chinesa.

O grande temor é que todos esses fatores possam fazer com que a economia da China siga o caminho do Japão. Após a Segunda Guerra Mundial, o Japão viveu um milagre econômico, marcado por décadas de alto crescimento que causou uma enorme bolha no mercado de ações e no setor imobiliário.

No auge desse milagre econômico, alguns economistas previram que o Japão ultrapassaria os EUA como a maior economia do mundo. Então, em 1992, a bolha estourou, fortunas foram perdidas, e a economia entrou em colapso. Desde então, o Japão não conseguiu compensar as várias décadas de crescimento perdido. (Texto da DW)

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