A troca entre a Rússia e países do Ocidente envolveu Estados Unidos, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Belarus e Rússia
Por Misto Brasil – DF
O jornalista americano Evan Gershkovich e o ex-membro da Marinha americana Paul Whelan foram soltos de prisões na Rússia nesta quinta-feira (01/08), como parte de um amplo acordo entre Rússia e Estados Unidos que resultou na troca de 24 prisioneiros.
A troca, uma das maiores entre a Rússia e países do Ocidente desde a Guerra Fria, envolveu Estados Unidos, Alemanha, Polônia, Eslovênia, Noruega, Belarus e Rússia.
A informação foi anunciada pelo governo da Turquia e veiculada por diversas emissoras americanas, registrou a Ag8ência DW.
Repórter do jornal americano Wall Street Journal, Gershkovich, 32, foi detido durante uma viagem a trabalho em março de 2023 na cidade de Ecaterimburgo, na Rússia. Ele foi condenado em julho por espionagem em um julgamento apressado e denunciado pelos EUA e pelo WSJ como farsa.
Já Whelan, 54, foi preso em 2018 em Moscou. Ele, que na época fazia a segurança de uma empresa americana de peças automotoras, sempre alegou que as evidências contra ele eram falsificadas e que havia viajado para comparecer a um casamento.
A lista de libertados inclui ainda o dissidente Vladimir Kara-Murza, 42, cidadão de dupla nacionalidade russa e britânica, o alemão Rico K., que havia sido preso em Belarus e sentenciado à morte por “terrorismo”, e a jornalista Alsu Kurmasheva, da Radio Free Europe, condenada em julho após ser acusada pelo Kremlin de espalhar informações supostamente falsas sobre o Exército russo.
Prisões de cidadãos americanos pela Rússia têm aumentado nos últimos anos e são vistas por Washington como uma tentativa do Kremlin de negociar a soltura de cidadãos russos condenados no exterior.
“Isso é um alívio para aqueles que estão orando por esse dia há muito tempo”, disse o presidente dos EUA, Joe Biden, sobre a libertação de Kurmasheva, Gershkovich e Whelan, ao lado de parentes da primeira. “Eles estão a caminho de casa para ver suas famílias.”
A ONG Repórteres Sem Fronteiras disse estar “imensamente aliviada” com a soltura do jornalista Gershkovich. “A política contínua do governo russo de fazer reféns é ultrajante. Jornalistas não são espiões e nunca devem ser visados para fins políticos”, afirmou.