O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusa a dupla de mentir, ao anunciar um vencedor da eleição
Por Misto Brasil – DF
Em meio às dúvidas sobre a integridade da eleição à presidência da Venezuela, e após o apelo da oposição às Forças Armadas para que se coloquem “ao lado do povo”, o ministro da Defesa Vladimir Padrino reafirmou nesta terça-feira (06) a “lealdade absoluta” dos militares a Nicolás Maduro.
Em comunicado, ele disse que os militares, que detêm poder e dinheiro no regime venezuelano, rejeitam “fortemente as abordagens desesperadas e sediciosas” que “tentam minar nossa unidade e institucionalidade, mas que jamais terão sucesso”.
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Na véspera, o candidato da oposição, Edmundo González, declarou-se presidente eleito do país em carta publicada nas redes sociais.
A mensagem foi assinada também por María Corina Machado, que teve seus direitos políticos cassados pela Suprema Corte do país e foi barrada de disputar o cargo contra Maduro. A dupla havia apelado aos militares para que não fossem “cúmplices” de um “golpe de Estado”.
Em reação, o aparato estatal controlado por Maduro apertou o cerco contra González e Corina Machado.
Os dois são agora investigados pelo Ministério Público da Venezuela por divulgação de informações falsas, incitação à desobediência das leis e à insurreição, usurpação de funções e associação para delinquir, e conspiração. Corina Machado também é considerada suspeita de tentativa de fraude no sistema eleitoral.
O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, acusa a dupla de mentir, ao anunciar um vencedor da eleição diferente do proclamado pelo CNE e incitar abertamente “policiais e militares a desobedecerem as leis”.
Maduro, que tem ameaçado prender González e Corina Machado, convocou apoiadores a boicotarem plataformas como WhatsApp, Instagram e TikTok, que estariam sendo usadas para promover “divisão” e “ódio” entre a população.