Bloqueio do “X” é prática soberana da ingerência das big techs

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Musk comprou o Twitter e disse que é pela liberdade de expressão mundial/Reprodução Twitter/Elon Musk
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O analista internacional Jorge Elbaum disse que existe uma questão “estrutural” por trás das grandes empresas

Por Misto Brasil – DF

O especialista argentino, também sociólogo e doutor em Ciências Econômicas, considerou que o bloqueio da rede social X ordenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) brasileiro é uma “prática soberana” que, como outras do mesmo estilo, “implica um confronto com a lógica neocolonial e imperialista” mantida por este tipo de empresas.

O analista internacional Jorge Elbaum disse à Sputnik que existe uma questão “estrutural” por trás tanto do X como de outras grandes empresas tecnológicas (big techs) como Google, Amazon, Apple, Microsoft ou Meta (banida na Rússia por atividades extremistas).

Nos últimos anos “acumularam um poder enorme”, tanto economicamente como no seu poder de influência sobre os utilizadores da Internet.

“Estas plataformas têm, em conjunto, um orçamento superior ao de vários países e equivalente a países como a França”.

“Têm muito poder econômico e um grande poder de influência, além de fortes contatos com organizações de segurança, inteligência e espionagem, pelo que estão sempre articulados com o lado sombrio da governação global”.

Elbaum destacou que, embora possam existir diferenças, este tipo de empresas expressam “interesses que não são contraditórios com a política externa dos EUA” e que, para além das simpatias para com Donald Trump ou Joe Biden, movem-se dentro de “um tripé, isso inclui o complexo militar-industrial, Wall Street e empresas transnacionais”.

Neste cenário, Elon Musk surge como o CEO que “está jogando mais abertamente um jogo global a favor de uma direita brutal, nacionalista e reacionária” e que para Elbaum está diretamente relacionada com a rejeição da influência da China na economia global.

“Vamos pensar que [Elon] Musk foi o primeiro produtor de automóveis [elétricos] do mundo, mas foi desbancado pelos chineses. Ele está desesperado”, ilustrou Elbaum.

Ele lembrou que o CEO do X e da Starlink defendeu o golpe de Estado contra Evo Morales em 2019, ironizando através do X ao dizer que promoveria “todos os golpes que quisesse” para ter acesso aos recursos de lítio do país, fundamentais na indústria de veículos elétricos (VE).

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