A maioria dos estudantes entrevistados no Rio e em Brasília considerou as provas mais complicadas neste domingo
Por Alex Rodrigues e Ana Cristina Campos – DF e RJ
No segundo dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) os candidatos deixaram o local de aplicação de provas assim que os fiscais avisaram que já se havia passado duas horas, tempo mínimo para os candidatos deixassem o local sem levar o caderno de questões.
Foram 90 questões sobre matemática e ciências da natureza (química, física e biologia). A prova terminou às 18h30.
Os primeiros candidatos que saíram do Enem na Faculdade Uninassau, no Flamengo, na zona sul do Rio de Janeiro consideraram difícil as questões de ciências da natureza (química, física e biologia) e de matemática.
“Ciências da natureza eu já esperava que fosse algo mais complicado até porque não é a área que eu tenha mais aprofundamento. Mas estava tranquilo de fazer. Matemática foi mais difícil” disse Vinicius Augusto, 17 anos.
Mery Cristina Rosa, 24 anos, está em seu terceiro Enem. Ela quer cursar psicologia.
“Eu achei difícil a prova hoje, apesar de ter estudado. Fui melhor na semana passada, quando fui uma das últimas a entregar a prova na minha sala. Mas estou esperançosa. Estou melhor preparada”.
Em Brasília, na Asa Norte, as explicações para a rapidez variaram.
Houve quem disse que, por ainda não ter concluído o ensino médio e estar fazendo a prova apenas para conhecer o teste, não tinha o compromisso de responder todas as questões. E também quem admitiu que, por não saber as respostas, “chutou”.
A primeira pessoa a deixar o local e conversar com a reportagem, Pedro Henrique Lima Cardoso, 27 anos.
Professor de língua portuguesa, ele contou que há quatro anos se coloca à prova apenas para sentir, em algum grau, o que os estudantes experimentam.
“Elas exigiam conhecimento de áreas do saber que eu não domino. O que demonstra que não é verdade que o Enem é uma prova puramente interpretativa. Não é. É uma prova exigente e que exige uma série de competências e habilidades”.
Estudante da rede pública de ensino, Kris Rian, 18 anos, achava que a prova seria mais difícil.
“Algumas das questões eu achei fáceis. Física e matemática pega mais, são um pouco mais difíceis. Na primeira prova eu acho que fui melhor. Agora é esperar [pelos resultados]”.
A terapeuta Rebeca Lacerda, 25 anos, avaliou que a prova está mais difícil em comparação aos processos seletivos de anos atrás.
“Vim sem pressão. Se conseguir uma boa nota, vou tentar obter um bom desconto em uma universidade particular, mas como já tenho minha profissão. E vi que ela é muito diferente de quando eu terminei o ensino básico. Mais complexa”.