Nova droga promete retardar a evolução da Alzheimer

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A doença acomete milhões de pessoas em todo o mundo e por enquanto não há cura/Arquivo/Telemedicina
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O medicamento atua se ligando aos amiloides, reduzindo a formação de placas da proteína anormal no cérebro de pacientes

Por Misto Brasil – DF

A busca por um tratamento eficaz contra o Alzheimer tem ocupado pesquisadores há décadas, mas os avanços até agora têm sido tímidos.

E embora a cura ainda esteja longe, uma nova droga promete retardar a evolução da doença em seu estágio inicial: o Lecanemab, um anticorpo monoclonal.

O medicamento atua se ligando aos amiloides, reduzindo a formação de placas da proteína anormal no cérebro de pacientes com Alzheimer.

Leia – remédio experimental é o primeiro avanço contra a Alzheimer

Nos Estados Unidos, o tratamento foi aprovado em 2023 pelo órgão regulador responsável, a FDA. Na União Europeia, foi primeiro barrado em julho de 2024 pela EMA, que alegou alto risco de efeitos colaterais graves, mas acabou liberado nesta quinta-feira (14) após reavaliação – embora somente para pacientes com risco menor.

Segundo reportagem publicada pelo jornal americano New York Times, o medicamento, vendido sob o nome Leqembi, tem benefício limitado: desacelera o declínio cognitivo em pacientes por cerca de cinco meses. Ao mesmo tempo, pode causar inchaços e hemorragias cerebrais graves.

Especialistas ouvidos pelo NYT também disseram temer que os riscos associados ao uso desse tipo de droga anti-amiloide ainda não sejam totalmente compreendidos.

A comercialização do Leqembi na UE ainda depende do aval da Comissão Europeia.

Cerca de 55 milhões de pessoas no mundo sofrem alguma forma de demência, categoria que inclui o Alzheimer. Destas, dois terços vivem em países em desenvolvimento.

Com o envelhecimento da população, espera-se que esse número chegue a 139 milhões até 2050, com crescimento particularmente significativo na China, Índia, América do Sul e na África Subsaariana.

O desenvolvimento de medicamentos eficazes é desafiador porque muitos processos cerebrais relacionados ao Alzheimer ainda não são totalmente compreendidos, incluindo a razão pela qual as células cerebrais morrem em pessoas com a doença.

Pessoas com Alzheimer têm um acúmulo de proteínas anormais no cérebro – conhecidas como amiloide e tau. Mas até recentemente não se sabia qual era a relação direta entre essas proteínas.

Pesquisadores belgas e britânicos acreditam ter desvendado esse mistério. Um estudo publicado na revista científica Science aponta um elo direto entre proteínas anormais que se acumulam no cérebro e a necroptose, um tipo de morte celular.

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