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Sobre o futuro da taxa de juros, o Comitê disse que “antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões
Por Misto Brasil – DF
O Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em um ponto percentual (p.p.) na reunião desta quarta-feira (11), em decisão unânime. Com isso, a taxa básica de juros saiu do patamar de 11,25% para 12,25% ao ano.
A expectativa já era de que os diretores acelerassem o ritmo do aperto monetário, após uma alta de 0,50 ponto percentual (p.p.) em novembro. O mercado, entretanto, estava dividido quanto ao tamanho do aperto — 0,75 p.p. ou 1 p.p.
Sobre o futuro da taxa de juros, o Comitê disse que “antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões”.
“O Banco Central optou por ser mais agressivo no aperto monetário, demonstrando um receio maior com o cenário inflacionário proveniente também do aquecimento da economia, como mostra o crescimento do PIB (Produto Interno Brasileiro) neste ano”, disse o diretor Financeiro e de Investimentos da BB Previdência, Ricardo Serone.
Serone observa como ponto importante dessa última reunião de 2024 o fato de a decisão ter sido tomada de forma unânime. “demonstra harmonia entre os membros do Copom. Uma atuação mais diligente e com o compromisso de convergir a inflação para o centro da meta”, ele ressalta.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,39% em novembro. Embora tenha desacelerado em relação a outubro, no acumulado de doze meses avançou para 4,87%, percentual superior ao do teto da meta, de 4,5%, e bem acima do centro, de 3%.
As projeções dos especialistas indicam IPCA de 4,84% ao final deste ano e de 4,59%, em 2025, ambos acima do teto.
A pisada no acelerador já era esperada e, embora uma parcela substancial dos economistas e dos analistas de mercado esperassem a alta de 100 pontos base, ainda havia projeções de que o BC poderia optar pelo gradualismo, com um ajuste menor.