A safra de notícias ruins para o Planalto pode aumentar e a queda na aprovação do governo dificilmente será revertida
Por André César – SP
A mais recente pesquisa Genial/Quaest sobre a sucessão presidencial apresenta um quadro indefinido, mesmo com o presidente Lula da Silva (PT) à frente em todos os cenários de primeiro turno. O levantamento ocorreu entre 23 e 26 de janeiro.
No primeiro cenário, o titular do Planalto receberia 30% dos votos, contra 13% de Tarcísio de Freitas (Republicanos), 12% de Gusttavo Lima (Sem partido) e 11% de Pablo Marçal (PRTB).
Um segundo cenário, sem Tarcísio, mostra o petista com 28%, Lima e Marçal empatados com 13% cada e o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) com 12%. Os demais cenários apresentam resultados similares.
Para o segundo turno, Lula da Silva venceria Lima por 41% a 35%, derrotaria Bolsonaro por 44% a 34%, resultado idêntico ao embate com Marçal, e venceria Tarcísio por 43% a 34%.
Algumas observações. Em primeiro lugar, e muito importante, a elevada rejeição a Lula da Silva (expressivos 49%) aumenta as incertezas sobre a capacidade do petista, de seu partido e aliados conseguirem chegar ao pleito em condições plenas de competir.
A safra de notícias ruins para o Planalto pode aumentar e a queda na aprovação do governo dificilmente será revertida a curto e médio prazos.
Em segundo lugar, chama a atenção o fato de que o centro não consegue apresentar um nome minimamente competitivo.
Por ora, o jogo se dá entre a esquerda, na figura de Lula, e uma direita ainda fragmentada. Aqui, o papel do chamado Centrão ganha ainda mais força.
É evidente que as eleições ocorrerão somente no segundo semestre do próximo ano, então ainda há muito tempo e tudo pode ocorrer. No entanto, os atores políticos já realizam seus cálculos políticos e pesquisas desse tipo servem como boa fonte de análise.