A avaliação é do ex-ministro da Economia da China, Wang Huiyao, que foi professor das universidades de Pequim e Tsinghua
Por Misto Brasil – DF
O ex-ministro da Economia da China, Wang Huiyao, afirmou que Pequim ainda não esgotou seus canais de diálogo com Washington sobre a guerra comercial que se anuncia, mas que neste caso, o país intensificaria seu comércio com outros parceiros, como o Brasil.
Em entrevista à Folha de SãoPaulo, Wang Huiyao, que já foi professor das universidades de Pequim e Tsinghua, abordou a tensão entre Pequim e Washington sobre as questões comerciais.
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“Eembora a China tenha tomado algumas medidas retaliatórias, ela ainda quer conversar, discutir” com os Estados Unidos (EUA).
A ameaça de uma guerra comercial tem motivado debates e discursos nas principais capitais econômicas do mundo uma vez que o novo presidente Donald Trump, não apenas ameaçou, mas iniciou sua saga de taxações aos países com os quais ele não consegue vislumbrar um ganho para os EUA.
Presidente do think tank Centro para China e Globalização (CCG), Wang Huiyao também disse acreditar que “o presidente Trump quer usar as tarifas para chamar a atenção para a mesa de negociações”, algo que ainda não ocorreu entre os dois chefes de Estado, o que amplia a expectativa para o futuro das relações sino-americanas.
“Se esse é o propósito, acho que está bem”, disse ele à apuração. “A China quer conversar e quer um diálogo com todos os países, para que não entremos em uma guerra comercial, que não é sustentável.”
Segundo ele, a estratégia comercial de Trump não é sustentável no longo prazo porque procura “maximizar os interesses americanos”, atingindo interesses dos outros países, e declarou que se a situação avançar no sentido de um confronto comercial, a China vai se voltar para seus demais parceiros.
“Se houver atrito comercial, a China certamente comprará mais do Brasil e da América Latina”, prevê Wang, salientando que a nova política dos EUA faz com que os países sejam empurrados “para o comércio entre eles mesmos”.