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Incertezas na Conferência de Berlim com Trump na presidência

Avião e helicóptero militar

Na Alemanha estão cinco das sete bases americanas na Europa/Arquivo/Sputnik

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Até o domingo, cerca de 60 chefes de Estado e de governo se reunirão com outros políticos, líderes militares e especialistas

Por Misto Brasil – DF

Os laços tradicionalmente estreitos entre os Estados Unidos e a Europa marcam há décadas a Conferência de Segurança de Munique (MSC, na sigla em inglês), principal fórum mundial para políticas de segurança, que começa nesta sexta-feira (14) na capital bávara.

Apesar de algumas diferenças, a cooperação entre os americanos e europeus era bem azeitada e a apreciação, mútua.

Mas desde que Donald Trump assumiu a Casa Branca, essa certeza vem se desfazendo. O evento é, portanto, também um termômetro do estado das relações transatlânticas.

Uma coisa é certa: um vento diferente sopra de Washington, ainda que essas sejam só as primeiras semanas do segundo mandato de Trump como presidente dos EUA. “Os EUA em primeiro lugar” é o lema incondicional de Trump, mesmo que suas políticas sejam à custa de seus aliados.

Essas tensões provavelmente moldarão alguns dos debates na tradicional sede da MSC, o hotel Bayerischer Hof. Ali, até o domingo, cerca de 60 chefes de Estado e de governo se reunirão com outros políticos, líderes militares e especialistas.

Do lado americano, confirmaram presença o vice-presidente J.D. Vance e o secretário de Estado Marco Rubio, mas não o novo secretário de Defesa, Pete Hegseth. O evento deve atrair ainda uma das maiores delegações do Congresso dos EUA na história do evento, segundo o presidente da MSC, Christoph Heusgen.

Entre os convidados está também o novo secretário-geral da aliança militar Otan, Mark Rutte.

A Conferência de Segurança de Munique é uma reunião informal; não há tomada de decisões. É exatamente por isso que o evento tradicionalmente cultiva uma troca aberta, e os conflitos não são varridos para debaixo do tapete.

O novo tom nas relações transatlânticas, mais áspero, já foi dado pelo próprio Trump.

“Fomos explorados pelas nações europeias tanto no comércio quanto na Otan“, disse o americano durante a campanha eleitoral.

“Se eles não pagarem, não os protegeremos”, prometeu, dirigindo-se aos europeus. As duas frases foram incluídas no Munich Security Report, publicado anualmente por ocasião da conferência.

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