Foreman morreu aos 76 anos, de acordo com uma declaração divulgada em sua conta oficial do Instagram
Por Misto Brasil – DF
Foi em algum momento no final dos anos 1980. Eu acho. Quando George Foreman me deu um soco no rosto, escreve o repórter do USA Today Mike Freemann.
Foreman estava em Houston e fui enviado para fazer uma matéria sobre o lendário lutador enquanto trabalhava no Dallas Morning News. Foreman estava no meio de sua metamorfose de um cara mau do boxe carrancudo para um dos maiores embaixadores do esporte.
Então, mais tarde, um vendedor de todos os tempos.
As pessoas paravam em uma academia improvisada em sua garagem e ele lutava levemente com elas. Brincava com elas, na verdade. Usando uma fração de seu poder para fazer um ponto: boxe é difícil.
Então ele me deu um soco leve. No rosto. No âmago. Nos meus braços. Ele riu e então me abraçou, e então contou histórias. Seu sorriso era algo.
Era genuíno e gentil e por trás dele havia histórias, e ele as contava até você se fartar. Sobre Muhammad Ali. Sobre brigas. Em selvas. Sobre a vida. Aquela vida de boxe.
O jornalista Mike Freemann conta que Foreman queria que você entendesse que havia seres humanos no ringue. Não robôs. Não socadores sem alma. Pessoas com vidas e preocupações no mundo.
Ele queria que você visse a humanidade nos lutadores por causa de como ele já foi retratado como um Frankenstein do boxe que se arrastava e rosnava. Ele conseguiu. Através de todas as controvérsias e aspectos multifásicos de seu ser, havia alguém que, no final, queria que você gostasse dele e amasse o boxe.
Ele vendeu milhões de George Foreman Grills. No ringue, ele quebrou grills. Ele riu. Ele se aposentou. Ele voltou. Ele envelheceu. Ele ainda quebrou grills.
Ele teve 12 filhos. Aparentemente nove vidas de boxe. Quase o mesmo número de esposas, cinco, no toptal. Ele era odiado. Ele era habilidoso. Mas acima de tudo, no final, ele era estimado. Existem poucas pessoas em todo o mundo que não conhecem esse nome.
Foreman morreu aos 76 anos, de acordo com uma declaração divulgada por sua família na sexta-feira à noite em sua conta oficial do Instagram. Você ouvirá sobre seu número impressionante de conquistas no boxe. Elas são muitas e importantes.
O “Rumble in the Jungle” aconteceu em 1974 quando Ali nocauteou Foreman no Zaire (hoje República Democrática do Congo). Essa luta é um dos maiores eventos esportivos de todos os tempos.
“Por anos depois eu agonizava, ‘Como isso pôde acontecer?’ ” ele disse uma vez. “Naquela noite eu perdi tudo que eu já fui. Foi o evento mais devastador da minha vida como atleta. Eu não era nem um homem mais.”
Ali conseguiu neutralizar o poder de Foreman permanecendo nas cordas e bloqueando os golpes fortes de Foreman: rope-a-dope.
“Eu era um lutador peso-pesado forte e socador”, Foreman disse à Reuters em 2007. “Eu era uma máquina de socos e essa foi a primeira vez que dei tudo de mim e nada funcionou.”