Primeiro implante de marcapasso sem fio na rede pública de saúde

Médicos Raoni Galvão e Bruno Toscani HBDF Misto Brasil
Raoni Galvão e Bruno Toscani, cardiologistas arritmologistas do HBDF/Divulgação/IgesDF
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A paciente beneficiada foi Terezinha Borges, de 84 anos, que já possuía um marcapasso tradicional, mas desenvolveu uma complicação rara

Por Misto Brasil – DF

A equipe da Hemodinâmica do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) realizou, no último dia 13 de março, o primeiro implante de marcapasso sem fio na história da rede pública de saúde, informou a assessoria do Instituto de Gestão da Saúde (IgesDF).

A paciente beneficiada foi Terezinha Borges, de 84 anos, que já possuía um marcapasso tradicional, mas desenvolveu uma complicação rara: a extrusão do gerador, ou seja, o dispositivo saiu para fora da pele, contaminando todo o sistema.

Terezinha passou quase dois anos com o marcapasso tradicional antes que ele apresentasse o problema de extrusão. “Estava doendo muito e sangrando, uma situação muito ruim”, comentou. “Depois que implantaram o novo aparelho, tenho me sentido mais disposta, menos cansada”.

De acordo com Raoni Galvão, cardiologista arritmologista do HBDF e especialista em estimulação cardíaca artificial, a paciente passou por um processo cuidadoso antes da cirurgia definitiva: “Em primeiro lugar, tivemos que realizar a extração desse marcapasso antigo, mantendo a paciente com um aparelho provisório no hospital, além de excluir a possibilidade de infecção na corrente sanguínea”.

Após garantir que não haveria intercorrências, foi o momento de realizar o implante do marcapasso sem fio. O procedimento foi realizado na Hemodinâmica, sob anestesia geral, e durou cerca de 40 minutos.

“Não é uma intervenção que envolve qualquer tipo de corte. É feita uma punção em uma veia da região da virilha, e, por dentro dessa veia, levamos os cateteres até o coração, onde liberamos o aparelho sob visualização direta”, detalhou o cardiologista.

O marcapasso sem fio representa um avanço significativo na tecnologia de estimulação cardíaca. O dispositivo é pequeno e dispensa os eletrodos que conectam o gerador ao coração, comuns no modelo tradicional.

“Se temos um sistema pequeno que dispensa o uso desses eletrodos e já consegue ser implantado diretamente dentro do coração, praticamente inviabilizamos qualquer tipo de complicação relacionada a cabos ou infecções que podem se originar na pele e atingir o coração, gerando endocardite”, destacou o médico.

A tecnologia é indicada principalmente para pacientes que já tiveram complicações com marcapassos tradicionais, idosos com a saúde mais fragilizada e pessoas com insuficiência renal crônica, especialmente aquelas que realizam hemodiálise.

“Foi um caso muito bem selecionado e uma situação muito pertinente para usarmos essa nova tecnologia”, ressaltou Raoni.

A paciente teve uma recuperação rápida e sem complicações.

“No final da tarde, Terezinha já estava extubada, conversando no leito de UTI, completamente estável. Três dias depois, foi liberada para casa, sem intercorrências no pós-operatório”, contou o médico.

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