A crise do trabalho não é do sindicalismo, mas do capitalismo e da democracia. Para os dois prosperarem é preciso resolver problema do outro
Por Genésio Araújo Júnior – DF
Esta é a semana do dia do trabalhador. As pessoas pensam mais na folga anunciada que no trabalho hoje e no futuro do trabalho. O presidente Lula da Silva, o maior líder mundial ligado ao trabalhismo, anunciou aos sindicatos que não vai festejar o dia do trabalho com eles.
Enquanto se vê isso no Brasil, nos Estados Unidos, país do capitalismo, tem um presidente que quer dar mais trabalho usando a velha tática do tarifaço.
Ouça o comentário do articulista do Misto Brasil logo abaixo.
Qualquer jovem estudante de economia sabe que as cadeias globais, o automatismo e a inteligência artificial não vão permitir que se volte a ter trabalho abundante para os trabalhadores norte-americanos.
Se o sindicalismo está em frangalhos, os capitalistas pensam que com as novas tecnologias vão ficar mais ricos e mais felizes sem trabalhadores.
Tolice a felicidade não se vive sozinho. Se fala na prosperidade hoje em dia como se ela fosse para todos. Os capitalistas das novas tecnologias pensam que a era do conhecimento vai resolver esse problema para eles.
A extrema direita pensa que pode fazer o mundo andar para trás e a esquerda festiva pensa que a felicidade é para todos.
A crise do trabalho não é do sindicalismo, mas do capitalismo e da democracia. Não há o menor risco desses dois prosperarem sem resolver o problema do outro.
Se a vida precisa da água, a humanidade precisa de respostas.