O ex-presidente confirmou que falou sobre estado de defesa e de sítio com os comandantes militares após negativa de recurso no TSE
Por Misto Brasil – DF
Durante uma entrevista ao portal Uuol, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou ter debatido com comandantes das Forças Armadas a possibilidade de um estado de sítio, além de reiterar sua posição de que está sendo julgado de forma política pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Tornado inelegível até 2030, Bolsonaro afirmou acreditar em um milagre caso venha a ser condenado.
Bolsonaro reconheceu ter conversado sobre estado de sítio e estado de defesa. Segundo ele, esses assuntos foram abordados com comandantes militares depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) recusou os recursos do PL que contestavam o resultado da eleição de 2022.
Nesse ano, o partido de Bolsonaro havia recorrido ao tribunal alegando suspeitas sobre as urnas eletrônicas utilizadas no segundo turno. Como não foram apresentadas provas, o TSE rejeitou a contestação e ainda aplicou multa ao Partido Liberal por litigância de má-fé.
De acordo com o ex-presidente, diante da situação, a alternativa foi “conversar com pessoas de confiança mais próximas”.
“É o meu círculo de amizade, eu fui militar”, disse ele. Bolsonaro voltou a dizer que questionou os militares sobre quais medidas estariam disponíveis para ele “dentro das quatro linhas da Constituição”.
“Aí está a resposta do comandante Freire Gomes [terceiro comandante do Exército no governo Bolsonaro, sobre a possibilidade de estado de defesa ou de sítio]. O que foi discutido: hipóteses de dispositivos condicionais. Algum problema nisso?”, declarou.
O ex-presidente passou à condição de réu no STF em março deste ano, acusado de tentativa de golpe de Estado, entre outros quatro crimes.
“Acharam um pedaço de papel na casa dele [Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo Bolsonaro]. Se eu fosse professor de direito constitucional, eu daria zero para ele [Alexandre de Moraes, ministro da Corte]”, afirmou Bolsonaro.
Desde o ano passado, foram realizados outros quatro protestos a favor da anistia. Em fevereiro de 2024, foram cerca de 185 mil pessoas em São Paulo, número que caiu para 45 mil em setembro. Já no ato do Rio de Janeiro, em março deste ano, foram 18,3 mil, enquanto na capital paulista, no último mês, o protesto recebeu quase 45 mil pessoas.