A manifestação do Anffa Sindical aconteceu por conta do primeiro foco de influenza aviária no Rio Grande do Sul. Veja nota do Ministério da Agricultura
Por Misto Brasil – DF
O Sindicato dos Auditores Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) denunciou hoje (16) que o registro do primeiro foco de influenza aviária de alta patogenicidade “evidencia uma grave carência de investimentos em defesa agropecuária”.
Em nota encaminhada ao Misto Brasil, a entidade sindical afirma que a falta de investimento nesta área foi denunciada há anos.
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Veja logo abaixo a nota do Ministério da Agricultura sobre o caso da gripe aviária
“Neste momento de crise, é fundamental a ampliação do quadro de profissionais que estarão na linha de frente contra o vírus”.
A entrada da IAAP no circuito produtivo comercial pode provocar perdas econômicas severas, prejudicar a segurança dos alimentos e afetar diretamente a imagem sanitária brasileira no exterior.
Para o Anffa Sindical, será necessário o acionamento de medidas previstas no plano de contingência para influenza aviária, como o isolamento da área afetada e o sacrifício sanitário de aves.
Alerta no entanto que o déficit de auditores fiscais federais agropecuários compromete a capacidade de resposta do Brasil frente ao risco de disseminação da doença.
“O enfraquecimento da inspeção pública coloca em risco a reputação construída com tanto esforço ao longo de décadas e compromete a saúde da população. O Brasil precisa de uma defesa agropecuária forte, pública e estruturada”, observou o presidente da entidade, Janus Pablo Macedo.
Além da força de trabalho, o Anffa Sindical reforça a necessidade de modernização da infraestrutura utilizada na defesa agropecuária, com a renovação da frota de veículos e a aquisição de novos equipamentos.
Em 2024, segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), as exportações de carne de frango atingiram o recorde de 5,294 milhões de toneladas – 3% a mais que no ano anterior.

Nota do Ministério da Agricultura
O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou nesta quinta-feira (15) a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em matrizeiro de aves comerciais. A detecção ocorreu no estado do Rio Grande do Sul, no município de Montenegro.
Esse é o primeiro foco de IAAP detectado em sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, ocorre a circulação do vírus, principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.
O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas).
As medidas de contenção e erradicação do foco previstas no plano nacional de contingência já foram iniciadas e visam não somente debelar a doença, mas também manter a capacidade produtiva do setor, garantindo o abastecimento e, assim, a segurança alimentar da população.
O Mapa também está realizando a comunicação oficial aos entes das cadeias produtivas envolvidas, à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), aos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, bem como aos parceiros comerciais do Brasil.
O Serviço Veterinário brasileiro vem sendo treinado e equipado para o enfrentamento dessa doença desde a primeira década dos anos 2000.
Ao longo desses anos, para prevenir a entrada dessa doença no sistema de avicultura comercial brasileiro, várias ações vêm sendo adotadas, como o monitoramento de aves silvestres, a vigilância epidemiológica na avicultura comercial e de subsistência, o treinamento constante de técnicos dos serviços veterinários oficiais e privados, ações de educação sanitária e a implementação de atividades de vigilância nos pontos de entrada de animais e seus produtos no Brasil.
Tais medidas foram cruciais e se mostraram efetivas e eficientes para postergar a entrada da enfermidade na avicultura comercial brasileira ao longo desses quase 20 anos.