O cenário fiscal do Brasil e dos Estados Unidos seguiram concentrando as atenções dos investidores e movimentando o mercado
Por Misto Brasil – DF
O dólar teve mais um dia de perdas frente a moedas globais e emergentes com a deterioração do cenário fiscal dos Estados Unidos e escalada dos rendimentos dos Treasuries.
Nesta quarta-feira (21), o dólar à vista encerrou as negociações a R$ 5,6422, com queda de 0,48% ante o real.
O movimento acompanhou a tendência vista no exterior. Por volta de 17 horas (horário de Brasília), o DXY, indicador que compara o dólar a uma cesta de seis divisas globais como euro e libra, caía 0,46%, aos 99,656 pontos.
O cenário fiscal do Brasil e dos Estados Unidos seguiram concentrando as atenções dos investidores e movimentando o mercado de câmbio.
No Brasil, o presidente Lula da Silva assinou uma medida provisória (MP) sobre o setor elétrico que institui a chamada “justiça tarifária”, ampliando a gratuidade da conta de luz para milhões de famílias. A medida faz parte do pacote de anúncio do governo para tentar melhorar a popularidade de Lula, de olho nas eleições presidenciais de 2026.
Nos Estados Unidos, o mercado acompanhou as negociações para a aprovação do projeto de lei que prevê corte de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas. O presidente norte-americano, Donald Trump, convocou uma reunião com o presidente da Câmara dos Representantes, Mike Johnson; líder da maioria na Câmara, Steve Scalise; e o republicano Tom Emmer na Casa Branca.
Nas contas dos analistas, a proposta de Trump, se aprovada, pode elevar a dívida pública da maior economia do mundo para aproximadamente US$ 37 trilhões, o que equivale a um déficit fiscal de 7,8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. Em 2024, o déficit fiscal foi de 6,3% do PIB.