Almirante nega participação em conspiração e Heleno só fala ao advogado

Almirante da reserva Almir Gabriel depoimento STF Misto Brasil
Almirante da reserva Almir Gabriel durante depoimento no Supremo Tribunal/Ton Molina/STF
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Denunciado por suspeita de colaboração com a suposta trama golpista, Almir Garnier negou as acusações que a Procuradoria-Geral da República – veja a transmissão ao vivo

Por Misto Brasil – DF

O ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, afirmou que se ateve ao seu papel institucional ao participar de reuniões no Palácio do Planalto, nas quais o ex-presidente da República Jair Messias Bolsonaro teria discutido o resultado das eleições presidenciais de 2022 e um suposto plano de golpe de Estado com os então chefes das Forças Armadas e integrantes da equipe de governo.

“A Marinha é extremamente hierarquizada. Seguimos bem à risca o estatuto dos militares, que diz que a um subordinado é dado apenas o direito de pedir, por escrito, uma ordem que ele receba e considere flagrantemente ilegal”, disse Garnier nesta terça-feira (10), ao ministro Alexandre de Moraes, no segundo dia de interrogatórios do Núcleo 1 da trama golpista.

“Eu era comandante da Marinha. Não era assessor político do presidente. E me ative ao meu papel institucional.”

Denunciado por suspeita de colaboração com a suposta trama golpista, Garnier negou as acusações que a Procuradoria-Geral da República (PGR) lhe atribui – dentre elas, a intenção de mobilizar o efetivo da Marinha em apoio a qualquer iniciativa que buscasse impedir o candidato eleito Luiz Inácio Lula da Silva de tomar posse em 1º de janeiro de 2023.

“Como é normal nas minhas atitudes, eu me atenho às minhas funções e responsabilidades”, acrescentou Garnier, negando que, durante a reunião ocorrida em 7 de dezembro de 2022, Bolsonaro tenha aventado qualquer hipótese de ruptura autoritária do processo democrático.

O general Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), optou por exercer o direito de permanecer em silêncio durante seu interrogatório nesta terça-feira (10), no Supremo Tribunal Federal (STF).

A decisão de Heleno foi comunicada logo no início da audiência pelo seu advogado, Matheus Milanezi, ao ministro Alexandre de Moraes, relator do processo e responsável por conduzir a sessão.

Segundo Milanezi, o general decidiu fazer uso parcial do direito ao silêncio. Ele se recusou a responder às perguntas formuladas por Moraes, pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e por advogados de outros réus, optando por responder apenas às questões feitas por sua própria defesa.

“Ele fará uso parcial do seu direito e responderá única e exclusivamente às perguntas formuladas por sua defesa”, afirmou o advogado.

Augusto Heleno, afirmou que a Abin nunca foi usada para fins escusos. Segundo ele, a agência “não é subordinada ao gabinete” do governo.

Heleno destacou que o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem,tinha autonomia para se reunir individualmente com Bolsonaro. Além disso, podia determinar ações dentro do escopo legal do órgão.

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