Grupo de usuários golpistas ganhou elementos extras quando se descobriu Augusto Aras trocava mensagens de celular
Por Vinício Carrilho Martinez e André Pereira César
Aqui, enquanto há um respiro democrático – nem que seja o direito ao sufrágio universal –, cabe a você definir o título.
O menor pib (assim minúsculo) ou baixo clero do PIB é esse que foi apanhado nas tramas de um grupo de usuários golpistas, no celular, nas ações e invocações ditatoriais desde sempre. Porém, fortemente vocacionados em 2022. É o mesmo grupo que recebeu a Polícia Federal em suas casas, na terça-feira –, sob os mandados de busca e apreensão: ainda não rolou nenhuma coercitiva. Ainda.
A farsa ganhou elementos extras quando se descobriu que o procurador-geral da República, Augusto Aras, trocava mensagens de celular com integrantes do pibinho. Aí temos um quadro mais claro do absurdo ora em curso, com importantes peças do Judiciário como parte integrante do esquema. Grave.
O PIB de verdade – o mesmo que financiou os golpes de 1964 e 2016 – hoje não embarca nesse delírio. Não se sabe, exatamente, se o PIB tem projeto de país. É possível que tenha, afinal, igualmente aplaudiram as reformas previdenciária e trabalhistas.
No entanto, e mesmo que não tenham projeto algum para o país – também são os donos da B3 (Bolsa de Valores), muito mais especulando do que invertendo capitais no seu próprio chão de fábrica –, é preciso lembrar que estão perdendo muito dinheiro com as diatribes de non sense palaciana. É óbvio que a política econômica palaciana está destruindo o país – se lembrarem, verão em suas mentes o então candidato dizer, solenemente, em 2018: “primeiro vamos destruir o país…” –; todavia, o PIB não é celerado, é movido pela racionalidade da Partida Dobrada, sua Bíblia é o Livro Razão, e não veem Jesus na Goiabeira.
É fato que o capital especulativo, esse modo de produção rentista, é alucinado, disruptivo, dissolutivo de certezas e de esperanças, mas as pessoas que gerem o PIB nacional são muito mais objetivas e racionais do que o bode que se encontra na sala da política palaciana.
Sendo assim, fora o fato da tragédia que nos tomou de assalto nos golpes recentes ou já incrustados, agora temos a comédia de horrores em desfile cívico. Certamente, são esses caras do mini pib quem pagará os custos de viagem de outros tantos delirantes no dia 7 de Setembro.
Por isso, é óbvio, é perfeitamente normal receberem essa visita agradável da Polícia Federal.
(Vinício Carrilho Martinez é cientista Social e André Pereira César é cientista político e articulista do Misto Brasília)