Cabe ressaltar que russos e chineses são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto
Por André César – SP
Os países que integram o Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) realizaram uma reunião virtual extraordinária para discutir a guerra entre Israel e o Hamas. O bloco tenta pressionar o governo de Benjamin Netanyahu a aceitar um cessar-fogo no conflito.
Cabe ressaltar que russos e chineses são membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, com poder de veto. Já o Brasil integra o colegiado de forma temporária, sem poder de veto. O Brics, portanto, tem considerável peso político.
Interessante observar que o governo de Vladimir Putin está conduzindo há mais um ano outra guerra, na Ucrânia – conflito esse que parece longe de uma solução negociada. No mínimo, uma postura incoerente do líder russo.
Em termos concretos, já há pressão sobre o governo israelense, principalmente entre países do Oriente Médio. Nesse sentido, não será de espantar algum recuo de Netanyahu. Mesmo o principal aliado de Israel, os Estados Unidos, começa a registrar incômodo com a situação atual. Joe Biden teme que a guerra afete as eleições presidenciais do próximo ano.
É sabido que até mesmo uma guerra tem suas regras. Os ataques a civis na Faixa de Gaza são objeto de fortes críticas ao redor do planeta. De vítima, Israel passou à condição de algoz dos palestinos. A opinião pública começa a virar as costas aos israelenses. O jogo muda.
Voltando ao Brics, o bloco sabe que seus movimentos têm caráter simbólico, com pouco poder efetivo. Mesmo assim, trata-se de iniciativa importante, que se soma a outros países e isola ainda mais Netanyahu. Seu governo está claramente ameaçado.
