Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 75 anos

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Populares e pessoal da Defesa Civil leva um caixão em meio à enchente na Bahia/Camila Souza/Arquivo/Governo da Bahia
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O documento foi assinado em 10 de dezembro de 1948, três anos após a devastação da Segunda Guerra Mundial

Por Misto Brasil – DF

Na data em que a Declaração Universal dos Direitos Humanos completa 75 anos, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou neste domingo (10) para a crescente ameaça que a desigualdade, o autoritarismo, as mudanças climáticas e os conflitos armados representam para os direitos e as liberdades da população mundial.

“O mundo está perdendo o rumo”, afirmou.

“Os conflitos estão se espalhando com virulência. A pobreza e a fome estão aumentando. As desigualdades estão se tornando mais profundas, as alterações climáticas se transformaram em uma crise humanitária, o autoritarismo está aumentando, o espaço civil está diminuindo, os meios de comunicação estão sitiados, a igualdade de gênero é um sonho distante e os direitos reprodutivos das mulheres estão retrocedendo”, lamentou o secretário-geral da ONU, afirmando que todas estas crises ameaçam a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

O documento foi assinado em 10 de dezembro de 1948, apenas três anos após a devastação provocada pela Segunda Guerra Mundial e resume as suas intenções no seu primeiro artigo: “Todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”.

O que agora pode parecer uma afirmação óbvia, na época foi considerada um avanço significativo na cooperação global.

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos é um texto milagroso”, afirmou Volker Türk, alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, em um comunicado. “Numa altura em que o mundo emergiu de acontecimentos cataclísmicos, a Declaração estabeleceu direitos universais e reconheceu o valor igual de cada pessoa”, lembrou.

No entanto, Türk pondera que “mesmo que os 30 artigos da Declaração tenham desencadeado uma transformação em todas as áreas das nossas vidas (…) as brasas do racismo, da misoginia, da desigualdade e do ódio continuam ameaçando o nosso mundo”.

Em sua fala, Guterres também lembrou o primeiro artigo da Declaração e afirmou que este princípio deveria ser “o roteiro para acabar com as guerras, curar divisões e promover uma vida de paz e dignidade para todos”.

“A Declaração Universal dos Direitos Humanos nos mostra o caminho para resolver tensões, exercer valores comuns e criar a segurança e a estabilidade que o nosso mundo tanto anseia”, disse.

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