China consolida poder de Xi Jinping

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O presidente da China, Xi Jinping, abriu o congresso quinquenal do Partido Comunista Chinês nesta quarta-feira, proclamando repetidamente “uma nova era” para a economia do país, mas deixou claro que não há planos de reforma política.

Para inaugurar esse “novo capítulo” do socialismo à chinesa, Xi exortou os cerca de 2.300 membros reunidos para o 19º congresso do PCC a combater toda ameaça à autoridade do partido.

O presidente chinês não deu nenhum sinal de liberalização. Durante o congresso de uma semana que acontece a cada cinco anos, espera-se que Xi Jinping seja novamente consagrado na liderança do partido, consolidando seu controle e potencialmente mantendo o poder para além de 2022, ano em que será realizado o próximo congresso e em que termina o segundo mandato do presidente chinês.

“Cada um de nós precisa fazer o possível para defender a autoridade do partido e o sistema socialista chinês, e se opor de forma resoluta a toda palavra ou ação que vise a solapá-lo”, disse Xi no discurso de mais de três horas, durante o qual ele utilizou os termos “nova era” 36 vezes. Ele definiu o sistema de governo chinês como a forma mais ampla, genuína e eficaz de garantir os interesses do povo.

Metas ambiciosas – Com o seu discurso sobre uma “nova era”, o também secretário-geral do Partido Comunista Chinês apresentou uma visão confiante para uma China mais próspera e que trabalha para conquistar um lugar de destaque na comunidade internacional.

Ele propôs continuar com as reformas para fazer do gigante asiático uma economia moderna com maior presença nas forças de mercado.

O líder de 64 anos destacou a importância de acabar com a corrupção, de atenuar a sobrecarga da indústria, de coibir a desigualdade de renda e diminuir a poluição.

Um dos principais pontos de suas propostas econômicas foi dizer que “os interesses e as mudanças se baseiem mais no mercado”.

Xi também se mostrou a favor de flexibilizar o acesso a investimentos estrangeiros por meio da abertura do acesso ao mercado chinês, expandir o acesso ao setor de serviços do país e reforçar a proteção da propriedade intelectual – todos temas abordados pelos principais aliados econômicos da China, como a União Europeia e os Estados Unidos.

O presidente também quer aprofundar uma reforma da taxa de câmbio e do sistema financeiro do país, que seriam mais orientados pelo mercado. Ao mesmo tempo, ele sinalizou querer fortalecer empresas estatais.

Durante o primeiro mandato de Xi, a China decepcionou muitos que esperavam que o país fizesse mais reformas voltadas ao mercado, especialmente no endividado setor estatal.

O discurso de Xi também incluiu o estabelecimento de metas ambiciosas para o desenvolvimento da China, que segundo ele se tornaria um país socialista “basicamente” modernizado até 2035, e um “strong power” socialista moderno com influência internacional até 2050.

A volta da posição de presidente do Partido Comunista Chinês – um título que o colocaria no mesmo nível de Mao Tsé-Tung – poderia ser uma forma de continuar tendo influência política no país.

Desde que assumiu a liderança do PCC em 2012, Xi consolidou rapidamente seu poder ao prender rivais por corrupção, restruturar as Forças Armadas e pavimentando a ascensão da China no plano internacional.

Ele também foi responsável por uma ampla repressão da sociedade civil chinesa, marcada pela prisão de advogados e dissidentes e aumentando o controle da internet, enquanto tentava revitalizar o Partido Comunista e seu lugar na China contemporânea.

A assembleia, a portas fechadas, deverá ter o seu ponto alto com a seleção de uma nova comissão permanente do politburo chinês, que deverá dirigir a vida de 1,4 bilhão de pessoas durante os próximos cinco anos. (Da DW)

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