O Brasil permanecerá tendo a quarta maior taxa de juros nominal do planeta como efeito da conjuntura interna e externa
Por Misto Brasil – DF
A Federação do Comércio de São Paulo prevê que o Comitê de Política Monetária (Copom), subirá a taxa básica de juros, a Selic, em 1 ponto percentual (p.p.).
A entidade que distribuiu hoje um estudo sobre o tema, observou que o IPCA de fevereiro subiu 1,31%, a maior alta para o mês em mais de 20 anos. E deixou o comitê sem escolha.
Embora o número não tenha surpreendido o mercado, ainda é um cenário grave, considerando que o grupo de alimentos e bebidas, que pesa no bolso das classes mais baixas, segue bastante pressionado, com uma alta de 0,70% nos preços no mês em questão — que havia sido de 0,96% em janeiro.
O mercado de trabalho em bom momento tem, como um dos seus efeitos, o aquecimento da demanda, principalmente nos Serviços. Dados da XP Investimentos apontam que a inflação desse setor foi de 0,82% em fevereiro, o que faz o acumulado dos 12 meses beirar os 10%.
O Brasil permanecerá tendo a quarta maior taxa de juros nominal do planeta – agora de 14,25% –, como efeito da conjuntura interna inflacionada e das incertezas que se avolumam com a presidência de Donald Trump nos Estados Unidos.
Variação do IPCA – 2024–2025
Fonte: IBGE
No documento desta segunda-feira (17), a Fecomércio-SP observa que como se não bastasse toda a situação interna, demasiada complexa, as medidas cada vez mais protecionistas nos Estados Unidos, estão exportando dúvidas para economias de todo o mundo — e no Brasil, não é diferente.
É possível senti-la, por exemplo, no aumento das taxas de juros dos títulos norte-americanos e na convulsão de Wall Street nesses últimos dias. A fuga de dólares do mercado estadunidense para países emergentes terá, como consequência, uma pressão sobre as moedas. O real não está ileso disso.
“A Fecomercio-SP entende que o ciclo de altas permanecerá, mas não mais nessa magnitude, na medida em que os efeitos do início dos aumentos da Selic começarão a ser mais perceptíveis”.
“O patamar máximo da taxa, neste ano, será na casa dos 15%, da qual estaremos mais perto agora. Com uma política fiscal responsável, é até possível cogitar uma queda ainda em 2025”.