“Que autoridade moral ele tem? Povo aceita que seja pretendente à Presidência alguém condenado por corrupção e a mais outros seis processos? Até onde o povo brasileiro vai admitir uma farsa assim? Ele não quer ser presidente da República para ser presidente, mas para fugir da condenação.” A afirmação é do jurista Miguel Reale Júnior, se dirigindo ao ex-presidente Lula da Silva.
Para o autor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, tanto prisão de Lula quanto a questão de inelegibilidade correm paralelas. “A prisão decorreria da súmula que estabelece o TRF4 e que, cessada a sua competência, ou seja, os embargos de declaração, seria determinada a prisão. Essa questão está em debate no STF, porque foi determinada prisão após segunda instância por maioria estreita de 6 a 5.”
Para Reale Júniorr, uma candidatura de Lula seria “mais uma farsa”. “Como é que pessoa condenada da forma que foi, com análise de provas contundentes, seriedade, consistência, profundidade e lógica da condenação, o sujeito vai se candidatar?”, indaga.
Há um questionamento ainda referente ao calendário eleitoral aprovado pelo Tribunal Superior Eleitoral, que deve criar confusão. Aliado a isso, a convenção do PT entre o fim de julho e início de agosto. O partido deve aguardar até 15 de agosto, prazo final, para fazer a inscrição de Lula, e deverá ser posteriormente impugnada por conta da Lei da Ficha Limpa. Apesar de o PT entrar com recurso, a propaganda eleitoral já entra no dia seguinte (16 de agosto), e Lula poderia participar.