Confirmando as sondagens e projeções de boca de urna, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) alcançou vitória folgada nas eleições gerais deste domingo (28). A legenda do primeiro-ministro Pedro Sánchez obteve cerca de 29% dos votos, conquistando 122 dos 350 assentos no Congresso.
Em segunda colocação, o conservador Partido Popular (PP) caiu para 65 postos – menos da metade dos 137 que detinha, e ainda abaixo dos prognósticos mais pessimistas. Atrás dele, o liberal Ciudadanos (Cs), com 57 deputados, e o extremista de esquerda Unidas Podemos, com 35 deputados.
O PSOE montou um palco na rua Ferraz, em Madri, para festejar a vitória. Aguardando o discurso de Sánchez, seus seguidores celebravam com palavras de ordem como “Ista, ista, ista, a Espanha é socialista”, “Não passarão”, “Pedro! Presidente!”.
O populista Vox obteve 24 assentos, significando que, pela primeira vez desde 1982, os extremistas de direita estão de volta ao Congresso espanhol. O líder Javier Ortega Smith declarou-se “muito orgulhoso” pela entrada de seu partido no órgão legislativo.
“A resistência já está dentro do Congresso, e não vamos parar”, prometeu aos simpatizantes reunidos na Praça Margaret Thatcher. Ele atribuiu à incapacidade do PP e do Cs o fato de a esquerda seguir governando na Espanha. Agora, Portugal, Irlanda, Luxemburgo e Malta são os únicos países-membros da União Europeia sem presença ultradireitista em seus parlamentos nacionais.
Nenhum dos grandes blocos políticos alcançou maioria absoluta (176 assentos), sendo necessária a formação de uma coalizão de governo. A taxa de participação beirando os 76% foi a maior desde 2008 e uma das mais importantes da democracia espanhola, situando-se 9,3 pontos percentuais acima da registrada no pleito anterior, em 26 de junho de 2016.