Crianças não gostaram das “curvas” da Barbie

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Barbie é um ícone cultural há 60 anos. Durante muito tempo, a boneca mais famosa do mundo tinha cabelo loiro, olhos azuis, corpo longo e magro, “cintura de vespa”, pés em pontas e peito pronunciado. Evoluiu: foi enfermeira, bombeira, cientista, presidente.

Começou a namorar (com o Ken), ganhou uma irmã (a Chelsea) e amigas de diferentes etnias. Mas até há bem pouco tempo, a diversidade não tinha chegado aos diferentes tipos de corpo.

Como resposta às criticas por comercializar uma boneca com uma figura irrealista, a Mattel expandiu, em 2016, a linha fashionistas da Barbie com três novos modelostall, mais alta do que as outras; petite, mais pequena; e curvy, com mais curvas. Mas, de acordo com um estudo publicado na revista Psycholy Today, a última não foi bem recebida pelo seu público-alvo: as crianças

O estudo conduzido por Jennifer Harriger, da Universidade Pepperdine, analisou as reações das crianças entre os 3 e os 10 anos aos novos corpos da boneca. Os resultados mostraram que as crianças ainda têm preconceitos em relação a corpos com mais curvas.

Dentro dos quatro modelos da linha fashionista a Barbie original, a tall (alta), a petite (pequena) e a curvy (curvilínea), as crianças foram desafiadas a selecionar a Barbie que lhes parecia mais “feliz”, “esperta”, “com mais amigos”, “bonita”, “ajudar os outros”, “triste”, “não ser esperta”, “não ter amigos”, “não ser bonita” e “má”. Também tiveram de escolher com que boneca queriam brincar e com qual não queriam. No estudo, as quatro bonecas tinham a mesma cara, o mesmo penteado e usavam o mesmo cheiro de banho.

O estudo revelou uma clara preferência pelas Barbies mais magras. Apenas 6% da amostra selecionou a Barbie curvilínea como a que gostariam de brincar. Mais de metade do grupo apontou a boneca como a menos bonita. Foi também a menos escolhida como sendo feliz ou esperta. Quando questionadas sobre o motivo pelo qual não queriam brincar com ela, 25 % das crianças respondeu que era por ser “grande”, “gordinha” ou “gorda”.

Num artigo científico publicado em 2018 pelos investigadores María-Pilar León, Irene González-Martí, Juan-Gregorio Fernández-Bustos e Onofre Contreras, da Universidade de Castilla-La Mancha, que analisou a percepção corporal em crianças dos 3 aos 6 anos, os autores estabeleceram uma relação entre a vontade de ser mais magro e a crescente exposição aos media e consequente interiorização dos conceitos de beleza da sociedade ocidental, focados na magreza das mulheres, segundo escreveu o Público. 

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