Supersalários no Senado e as castas privilegiadas do funcionalismo

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Na esteira do projeto de reajuste salarial dos servidores públicos dos três Poderes, que pode ser votado amanhã no Senado, uma casta de servidores particularmente será beneficiada.

Ela é constituída pelos chamados consultores do Senado Federal, servidores com grandes privilégios na Casa e que vão receber mais de R$ 30 mil. Muitos dos quais já recebem acima do teto salarial e muito mais, mas muito mais do que muitos executivos com grandes responsabilidades em suas empresas.

Há uma pequena reação que pode crescer quando se fala em reajuste, mas será muito difícil barrar os privilégios destas castas privilegiadas no serviço público. Com grande influência, esse grupo quase sempre consegue o que quer.

Senadores estiveram à noite com o ministro Henrique Meirelles (Fazenda) e disseram que são contra o reajuste do funcionalismo. A proposta foi aprovada na Câmara em um pacote que contempla três dezenas de categorias.

De acordo com o Congresso em Foco, durante jantar na residência oficial do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o conjunto de reajustes foi questionado por quase todos os presentes e considerado uma incoerência do governo diante da necessidade do corte de gastos da União para a realização do ajuste fiscal, com o objetivo de equilibrar as contas públicas.

Em seu microblog, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) vai contra a maré e defende o governo que, estranhamente, quer conceder o reajuste. “Não está se gastando mais do que se tem, o processo está regular, legal e dentro do limitador de gastos.”

Segundo o ex-ministro do Planejamento que foi reconduzido à segunda vice-presidência do Senado, “o reajuste do Judiciário está dentro do Orçamento Federal, foi negociado e no futuro terá que ser ajustado dentro do limitador de gastos”.

O problema é que o índice é extensivo a todos. Não atende aos menores salários, mas a proposta horizontalizada ajuda muito mais quem ganha muito mais.

Jucá, no entanto, não mexe no vespeiro das castas privilegiadas no serviço público.

Prefere dizer que “o governo Temer está agindo com responsabilidade fiscal”.

Pois é, enquanto não se discute a reforma administrativa do estado brasileiro, continuam essas distorções. Enquanto isso, os sindicatos não dizem nem um pio. Bom, isso já é uma outra conversa.

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