Um estudo realizado pela ONG Transparência Internacional divulgado nesta segunda-feira (23) aponta que 54% dos brasileiros acreditam que a corrupção aumentou nos últimos doze meses. Entre os países avaliados na pesquisa, no entanto, a população brasileira é uma das que mais acredita que um cidadão comum pode fazer diferença no combate à prática.
A pesquisa “Barômetro Global da Corrupção”, que avaliou a opinião e experiência de cidadãos de 18 países da América Latina e Caribe, destaca que, no Brasil, o levantamento foi realizado durante os primeiros meses da administração do presidente Jair Bolsonaro – entre janeiro e março –, quando ainda era muito cedo para avaliar quaisquer novas medidas adotadas pelo novo governo.
“No entanto, no início de 2019, as pessoas tinham expectativas muito altas para o desempenho de Bolsonaro, com base em sua plataforma de campanha e, principalmente, sua retórica”, afirma o estudo. A organização frisa, porém, que algumas atitudes do governo podem minar ainda mais a confiança dos cidadãos em relação à capacidade do novo presidente de impedir a corrupção.
“Bolsonaro tentou aumentar o escopo de informações confidenciais para reduzir a transparência e não deu muita atenção às acusações de corrupção contra membros de seu gabinete”, destaca o estudo.
O levantamento mostrou ainda 82% dos brasileiros dizem que podem fazer a diferença na luta contra a corrupção, o que faz do Brasil um dos países onde a população mais crê que relatar a corrupção pode levar a mudanças. O país perde somente para Bahamas (85%) e Costa Rica (84%). Já 90% dos brasileiros avaliam que a corrupção no âmbito governamental é um grande problema. A nação na primeira colocação é Peru (96%) e, na última posição, Barbados (53%).
Em comparação com o levantamento anterior, realizado em 2017, os brasileiros acreditam que o governo está fazendo um trabalho melhor no combate à corrupção: antes, 35% achavam que este era bom, e agora são 48%. Os que classificavam as ações como ruim caíram de 56% para 46% e os que não sabiam caíram de 9% para 6%. (Da DW)