Mais de 11 mil cientistas de 153 países advertiram em um manifesto que a humanidade corre o risco de passar por um “sofrimento sem precedentes” se não forem colocadas em prática mudanças radicais para reduzir os fatores que contribuem para as alterações climáticas.
“Declaramos claramente e inequivocamente que a Terra está enfrentando uma emergência climática“, diz o texto, publicado nesta terça-feira (05) na revista BioScience. “Para garantir um futuro sustentável, precisamos mudar a forma como vivemos. Isso implica grandes transformações na maneira como nossa sociedade global funciona e interage com os ecossistemas naturais.”
Os cientistas ainda afirmam que não há tempo a perder. “A crise climática chegou e está se acelerando mais rapidamente do que muitos cientistas esperavam. É mais grave do que o previsto, ameaçando os ecossistemas naturais e o destino da humanidade.”
De acordo com o documento, os cientistas analisaram informações recolhidas e publicadas ao longo de mais de 40 anos sobre o uso de energia, registros de temperaturas na superfície da Terra, crescimento populacional, desmatamento, perda de calotas polares, índices de fertilidade, emissões de dióxido de carbono e produto interno bruto das nações.
A publicação coincide com o aniversário de 40 anos da primeira Conferência sobre Alterações Climáticas, realizada em Genebra, na Suíça, em 1979. Desde então, cientistas que participam de conferências semelhantes vêm alertando sobre a ameaça da mudança climática e advertindo governos e empresas sobre a necessidade de tomar medidas para moderá-la.