As economias asiáticas ainda estavam lutando para se recuperar da crise financeira que atingiu a região em 1997 e do estouro da bolha da internet quando a Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave) se fez notar pela primeira vez em novembro de 2002.
A morte de um agricultor em Guangdong, na China, causada por um vírus misterioso semelhante ao da gripe, seria o catalisador do terceiro grande evento econômico a atingir a região, pois o tipo de pneumonia que o afligia – mais tarde denominada Sars – rapidamente se tornou uma epidemia.
Pessoas começaram a adoecer em várias grandes cidades chinesas, incluindo Xangai e Pequim. Dentro de algumas semanas, o vírus havia atravessado fronteiras, inicialmente para Vietnã, Hong Kong, Taiwan, Cingapura e depois para mais longe. Dezenas de mortes foram relatadas.
De repente, muitas cidades asiáticas normalmente movimentadas ficaram estranhamente silenciosas. Bairros comerciais e shopping centers foram esvaziados, viagens corporativas foram substituídas por teleconferências, viagens de turismo foram adiadas.
Aeroportos e portos usavam imagens térmicas para rastrear viajantes possivelmente infectados. Pessoas que entraram em contato com casos suspeitos de Sars foram colocadas em quarentena, e as que relataram sintomas semelhantes aos da gripe foram aconselhadas a ficar em casa. Aqueles que se aventuravam a sair, o faziam com máscaras faciais; os táxis só podiam atrair passageiros se dirigissem com as janelas abertas.
Os economistas estimaram que a Sars foi responsável por uma redução de 1% a 2% no crescimento econômico da China e de 0,5% no do Sudeste Asiático em 2003. Um relatório do Centro de Desenvolvimento Internacional disse que a epidemia causou uma perda de US$ 25 bilhões à economia chinesa. Outro estudo da Universidade Griffith, da Austrália, estimou o impacto global entre US$ 30 bilhões e US$ 100 bilhões. (Da DW)