Texto de Dirceu Pio
O Papa Francisco – ou Jorge Bergoglio, para os íntimos – receberá no Vaticano por esses dias o Demônio da Tasmânia, codinome nada carinhoso que os brasileiros de bem aplicam ao político nordestino, condenado em 1ª. e 2ª. Instâncias em dois processos (triplex do Guarujá e o sítio de Atibaia) por corrupção e lavagem de dinheiro a penas que somam 24 anos e três meses da cadeia.
A rigor, ele nem poderia deixar o país. Mas, descobre-se agora que a ainda incipiente democracia brasileira costuma ter suas vertigens, de modo que não conseguiu mantê-lo preso em Curitiba e nem cassar seu passaporte.
Objetivo incerto – Ainda não se sabe exatamente qual o objetivo da viagem, se para demonstrar ao mundo, deixando-se fotografar ao lado de Bergoglio, que a esquerda ainda é forte no Brasil ou apenas conferir se está tudo bem com o dinheiro que deve guardar no Banco do Vaticano. Talvez sejam os dois objetivos ao mesmo tempo.
Papa e Demônio devem ficar bem confortáveis nos estofados do Palácio Episcopal. Não vai faltar vocabulário para a conversa.
Jorge Bergoglio, um dos homens mais arrogantes da face da terra, segundo apurou Fernando Meirelles durante a preparação do roteiro de seu filme (Dois Papas) na Argentina, já demonstrou ter altas afinidades de pensamento com o seu visitante.
“São os comunistas os que pensam como os cristãos. Cristo falou de uma sociedade onde os pobres, os frágeis e os excluídos sejam os que decidam. Não os demagogos, mas o povo, os pobres, os que têm fé em Deus ou não, mas são eles a quem temos que ajudar a obter a igualdade e a liberdade”, declarou Jorge Bergoglio em recente entrevista ao italiano La República.
Grande contradição – Contraditoriamente, ao visitar recentemente o Museu do Holocausto em Jerusalém orou a Deus para pedir que “a monstruosidade” do Holocausto jamais se repita.
Tal Papa, tal visitante. Este, por certo, não falará da “monstruosidade” que foi o esbulho que, sob sua liderança, seu partido cometeu contra o Brasil e o anfitrião silenciará sobre as monstruosidades cometidas por Joseph Stálin.
Veremos pela TV cenas de um “monstruoso” cinismo e o melhor que teremos a fazer é tirar as crianças da sala.
(Dirceu Pio é jornalista e foi diretor da Agência Estado)