O governo brasileiro assinou neste domingo um acordo de desenvolvimento de projetos com os Estados Unidos que pode dar acesso ao Brasil a um fundo de desenvolvimento de tecnologia para defesa que chega US$ 100 bilhões. A cooperação na área de defesa e inteligência é um dos pontos centrais das relações entre Brasil e Estados Unidos.
O Brasil exporta produtos de defesa hoje para 85 países, com vendas de US$ 1,23 bilhão em 2019. O acordo pode ainda ajudar o Brasil a capacitar sua indústria e abrir o mercado norte-americano para a indústria nacional da área militar. O acordo não prevê um valor obrigatório de financiamento e os custos serão divididos entre os dois países, em que pese a diferença nos tamanhos das economias e dos orçamentos das duas nações.
O pacto RDT&E (sigla em inglês para pesquisa, desenvolvimento, testes e avaliação) prevê a possibilidade de parceria em projetos para tecnologias de defesa, que podem levar a produtos com patentes a serem divididas entre os dois países e exploradas pelas empresas desenvolvedoras.
O financiamento será público, e terá que ser dividido entre os dois países, mas o desenvolvimento das pesquisas será feito por empresas privadas. Empresas brasileiras e americanas poderão se associar para desenvolver tecnologias e se candidatar ao financiamento pelo fundo.
No entanto, na questão tecnológica, o aporte de tecnologia inicial não precisará ser equitativo, o que, segundo o governo brasileiro poderá trazer mais capacitação para a indústria nacional de defesa, que tem hoje 220 empresas, entre elas Embraer, Taurus e Companhia Brasileira de Cartuchos, mas são em sua maioria de médio ou pequeno porte.